Adriano Moreira

Adriano José Alves Moreira nasceu a 6 de setembro de 1922, em Grijó, Macedo de Cavaleiros. Estudou no Liceu Passos Manuel, em Lisboa, licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa em 1944, e doutorou-se na mesma área, na Universidade de Complutense de Madrid, e no Instituto Superior de Ciências e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa. Recém formado começou a exercer advocacia e o seu envolvimento num processo contra o Ministro da Guerra, Fernando dos Santos Costa, valeu-lhe uma detenção. Em Aljube conhece Mário Soares. Adriano Moreira teve um percurso académico e político dividido entre dois regimes, durante o Estado Novo, foi subsecretário de Estado da Administração Ultramarina (1960-1961), e Ministro do Ultramar (1961-1963). Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, é saneado das funções oficiais e esteve exilado no Brasil, onde foi professor na Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1977 adere ao CDS, partido onde foi eleito presidente entre 1986 e 1988, deputado entre 1979 e 1991, vice presidente da Assembleia da República entre 1991 e 1995, ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU), onde foi delegado de Portugal entre 1957 e 1959, lhe atribui a medalha de prata comemorativa do 50º aniversário desta organização, a única dada a uma personalidade portuguesa. Foi nomeado em 1998, presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, cargo do qual se demitiu no final de 2006. Em 2014, Adriano Moreira foi uma das 70 personalidades que defenderam a reestruturação da dívida pública como saída para a crise. Em 2015, foi indicado pelo CDS-PP para o Conselho de Estado, exercendo funções até 2019. Adriano Moreira foi condecorado várias vezes, tendo sido a última atribuída pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 7 de junho de 2022, com a Grã-Cruz da Ordem de Camões. Escreveu várias obras e retirou-se da vida política em 1995. Desde essa altura, Adriano Moreira continuou a dedicar-se ao ensino, à investigação e a escrever sobre a conjuntura portuguesa, política, relações internacionais e direito. Doutor Honoris Causa pelas Universidades da Beira Interior, Aberta, Manaus, São Paulo, Bahia, Brasília e Rio de Janeiro, é membro de diversas e prestigiadas academias portuguesas, brasileiras e espanholas. Hoje completa 100 anos de vida, e torna-se no político da história democrática com maior longevidade.