Augusto António do Carmo Cabrita, conhecido por Augusto Cabrita nasceu no dia 16 de março de 1923, no Barreiro. Nesta cidade fez os estudos primários e secundários e praticou remo e natação, no Clube Naval do Barreiro. Aos 13 anos começou o seu interesse pela fotografia, como autodidata. A sua paixão pela música levou-o a "tocar de ouvido", e acompanhou ao piano diversos artistas em gravações, que depois viria a fotografar no seu estúdio.
Foi autor de capas de discos de Amália Rodrigues, Simone de Oliveira, Carlos Paredes, Maria Barroso, entre outros.
Augusto Cabrita foi operador, diretor de fotografia, realizador e produtor, mas sobretudo fotógrafo e repórter.
Fez a fotografia de toda a obra literária de Carlos de Oliveira. Foi fotojornalista do jornal "O Século" e das revistas "Eva", "Flama", "Século Ilustrado" e colaborou com diversas revistas por todo o mundo.
Em 1955 participou na IX Exposição Geral de Artes Plásticas (EGAP), com 8 fotografias.
Inaugurou o seu estúdio de fotografia em 1956, no Barreiro. Fotografou a sua cidade, o rio Tejo, as suas gentes e as empresas, com destaque para a Companhia União Fabril (CUF).
Em 1957, ano em que surgiu a RTP, Augusto Cabrita realizou a visita da Rainha Isabel II, a Portugal. Em 1960, dois repórteres da RTP, Augusto Cabrita e Vasco Hogan Teves, realizam a reportagem do terramoto de Agadir. No cinema foi diretor de fotografia do filme "Belarmino", de Fernando Lopes. Nas décadas de 60 e 70 participa em programas emblemáticos como "Vamos jogar no totobola" e "Melomania", e foi autor de diversos livros, entre eles "50 Anos da CUF no Barreiro".
Em 1999, é editado pela CUF o livro "Augusto Cabrita - Na outra margem, o Barreiro anos 40-60", da autoria de Joaquim Aguiar.
Augusto Cabrita realizou a fotografia de diversos livros, como "Cozinha Tradicional portuguesa" de Maria de Lourdes Modesto (1982) e, "As mais belas vilas e aldeias de Portugal" de Júlio Gil (1984). Foi galardoado com diferentes distinções e prémios, como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, em 1985, Medalha "Barreiro Reconhecido", na área da Cultura, Artes e Letras, em 1986, Prémio Rizzoli (o Prémio Internacional de Fotografia Publicitária, de Itália), Prémio Nacional de Cinema, pela fotografia do filme "Belarmino", e pela realização do filme "Aurélio Paz dos Reis", Prémio Bordalo, entre outos.
Em sua memória foi dado o nome de Augusto Cabrita a uma escola secundária do Alto do Seixalinho, no Barreiro, e ao Auditório Municipal no Barreio.
Em 2016, o artista plástico Sérgio Odeith realizou uma pintura numa empena com 25 metros de altura, num edifício municipal, no Largo Alexandre Herculano, no Barreiro, um mural de homenagem ao fotógrafo.
Augusto Cabrita morreu no dia 1 de fevereiro de 1993, e este ano assinala-se o centenário do seu nascimento, uma das figuras mais marcantes do Barreiro e da história da fotografia, da televisão e do cinema em Portugal.