O nome de António Egas Moniz (1874-1955) ficará para sempre associado ao Prémio Nobel de Medicina que lhe foi atribuído pela Academia sueca em 1949, recompensando as suas descobertas no campo da neurologia, nomeadamente através da técnica operatória conhecida como leucotomia pré-frontal. Não menos decisiva havia sido a sua contribuição para o campo da imagiologia encefalográfica, com o desenvolvimento da angiografia cerebral, que lhe trouxe ainda em finais dos anos 20 o reconhecimento da comunidade científica internacional. No entanto, para além de se notabilizar na Medicina, o talento multifacetado de Egas Moniz manifestou-se igualmente na sua atividade política enquanto fundador do Partido Republicano Centrista, e exercendo em breves períodos funções de embaixador e de ministro e também na literatura, com diversas obras publicadas no campo da investigação científica, mas não só. Em testamento, Egas Moniz haveria de consagrar ainda em vida o conceito da sua Casa-Museu, hoje albergando um riquíssimo espólio que na sua globalidade permite compreender melhor não apenas uma personalidade fascinante, mas também a razão de ser justamente considerado uma das mentes mais brilhantes de todo o século XX português.