Discurso de Vasco Gonçalves – Parte I
Primeira parte do discurso de Vasco Gonçalves, primeiro ministro, durante a Campanha de Dinamização Cultural e Acção Cívica do Movimento das Forças Armadas (MFA), no Sabugo.
Resumo Analítico
Membro da organização refere a atividade do MFA no processo de democratização do país e anuncia a presença de elementos do MFA e de Vasco Gonçalves. Discurso de Vasco Gonçalves sobre a importância das campanhas de dinamização cultural do MFA afirmando que "um militar, antes de mais, é um educador"; assistência aplaude e grita "MFA". Chegada de Otelo Saraiva de Carvalho, comandante adjunto do COPCON e Comandante da Região Militar de Lisboa, à sala onde decorre campanha e cumprimenta Vasco Gonçalves, sendo possível ouvir aplausos e gritos "MFA". Vasco Gonçalves nega terem existido ordens para que os soldados retirassem os crucifixos, refere o papel desempenhado pelo MFA junto das populações rurais e afirma "por povo nós não entendemos apenas as classes trabalhadores mais desfavorecidas mas (...) todos aqueles que não estejam interessados em explorar (...) o povo português"; assistência grita "O povo está com o MFA". Referência ao problema dos saneamentos no aparelho administrativo público, à importância da organização popular e afirma que "uma empresa é um património nacional". Vasco Gonçalves pronuncia-se sobre as "campanhas de calunias" a nível internacional contra a revolução portuguesa, o problema do desemprego, o "desenvolvimento de tendências extremistas e muito esquerdistas entre as classes trabalhadoras" e a vigilância popular. Comentários sobre a descolonização afirmando que "Portugal tem deveres a cumprir no Ultramar" e "descolonizar não é abandonar", referência ao dinheiro que continua a ser enviado para o Ultramar, à presença das Forças Armadas em África e à situação dos retornados e afirma "há pessoas que só viviam de explorar os pretos". Vasco Gonçalves refere-se à necessidade de implementar uma política de austeridade do Governo.