Discurso de Vasco Gonçalves em Almada (1/2)

00:44:44

Primeira parte do discurso do General Vasco Gonçalves, primeiro ministro, durante sessão de esclarecimento do Movimento das Forças Armadas (MFA) na Escola D. António da Costa em Almada, promovida pela União dos Sindicatos de Setúbal, comissões de trabalhadores e moradores do concelho de Almada e comissões administrativas das Câmara Municipais do distrito de Setúbal.

  • Nome do Programa: Discurso de Vasco Gonçalves em Almada
  • Nome da série: SESSÃO DE ESCLARECIMENTO
  • Personalidades: Vasco Gonçalves
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Misto
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Faixas "Força, força companheiro Vasco", "O povo exige unidade" e "Acção acção contra a reacção" e pessoas gritam "Vasco amigo o povo está contigo", cantam a música "Somos livres" e clamam "Vasco, Vasco, Vasco" aquando da sua entrada no pavilhão; Vasco Gonçalves acena com a cabeça em jeito de agradecimento, faz o sinal de vitória com a mão e bate palmas. 07m52: Discurso de Vasco Gonçalves, com interrupção dos seus apoiantes que gritam o seu nome, refere as dificuldades de formação do V Governo Provisório afirmando que "acha que a política deve ser feita defronte de vocês e não nas vossas costas (...) o que interessa é que haja homens transparentes, que digam a verdade ao povo na linguagem que ele entende". 12m43: Vasco Gonçalves define-se enquanto membro das Forças Armadas com muita honra, afirma que "moral e política vão de par e não se podem dissociar", critica certos políticos que suscitam simpatias e apoios aos órgãos de informação estrangeiros os seus hipotéticos pavores, os seus apocalípticos medos, os seus ressentimentos de ambiciosos frustrados" enfim essa gente é como é e eu sou membro do MFA e afirma que "não satisfeitos com a total liberdade de que desfrutam no país, tais indivíduos (politiqueiros ávidos de poder) transformaram-se sem vergonha nos principais fornecedores das oficinas reacionárias que em Portugal e no estrangeiro porfiam lançar o descrédito no empreendimento patriótico a que deitámos ombros". 16m37: Vasco Gonçalves afirma que em Portugal sempre existiram homens que "por espírito mesquinho de classe estiveram de cócoras diante do estrangeiro, prontos a sacrificarem os interesses da Pátria a interesses não nacionais", critica o sistema capitalista que está implantado na Europa cujo reflexo assenta nos monopólios e nas sociedade multinacionais, refere-se com ironia que a "nossa Revolução está nas mãos do Gonçalvismo, porque o nosso país está à beira de uma guerra civil. Essa gente é o que é e o seu membro do MFA. Não respondo aos seus ataques pessoais, digo porém que a nossa revolução estará em perigo enquanto eles teimarem em dividir as classes laboriosas, em intimidar a pequena e média burguesias, em dividir o MFA, em destroçar a aliança Povo-MFA. São eles que metem a pátria em perigo, eles que semeiam a discórdia, que suscitam programas e autos de fés fascistas". 21m55: Referência ao período em que o país viveu sob o regime do Estado Novo e do fascismo e a forma como afetou os indivíduos que "são o produto acabado de um regime que privou sucessivas gerações de qualquer educação cívica e patriótica", a ligação intrínseca entre moral e política pois "não se pode encher a boca de democracia, socialismo e liberdade e, ao mesmo tempo, ter ações salpicadas de tinta salazarista". 24m28: Vasco Gonçalves exalta a importância da liberdade do homem português, afirma que "apelar para os baixos sentimentos, para a ignorância ardilosamente inculcada na população pelo fascismo é ser-se antidemocrático, é um procedimento de cariz fascista já que foi abusando da ignorância do povo português que o salazarismo e o caetanismo se mantiveram no poder", critica a ação dos que deviam estar no lado da Revolução e que antes "estabelecem alianças de facto com o inimigo que ontem combateram", comenta a liberdade de imprensa através do caso concreto do "Jornal Novo", considera a existência de campanhas que promovem rumores relativamente à manipulação da informação por elementos partidários e que os órgãos de comunicação pertencem aos comunistas e nega a verdade das mesmas, afirma que a "mentira é uma das grandes armas da contra revolução sendo nosso dever combate-la", pronuncia-se sobre a lei da imprensa e dos perigos que esta enfrenta e do conceito de liberdade. 36m12: Referência à situação de crise atual em Portugal e ao projeto de ligação povo e MFA aprovado pela Assembleia Plenária do MFA enquanto fomento ao acesso progressivo dos trabalhadores ao poder, afirmando que "Chegou enfim a hora da verdade da Revolução Portuguesa. A partir deste momento não fica mais campo para os socialistas de palavras, para os falsos socialistas", critica as campanhas contra si e algumas organizações salientando que "o problema não é em termos de oposição, entre Vasco Gonçalves e fulano, ou Vasco Gonçalves e Sicrano". 41m22: Vasco Gonçalves tenta tranquilizar a pequena e média burguesias afirmando que estas não devem temer o aumento de poder acessível aos trabalhadores, comenta a situação da pequena burguesia no sistema do capitalismo monopolista de Estado, refere a postura e ação do governo perante esta questão e menciona o "Documento dos Nove", destaca a importância das Forças Armadas para o funcionamento do V Governo Provisório e de qualquer outro governo e afirma que "tendes um governo de grande patriotas, de grandes lutadores, de autênticos revolucionários. Um governo coeso como nunca tivemos nenhum depois do 25 de abril" e destaca Teixeira Ribeiro.

Termos e condições de utilização

Os conteúdos disponíveis estão protegidos por direitos de propriedade industrial e direitos de autor. É expressamente proibida a sua exploração, reprodução, distribuição, transformação, exibição pública, comunicação pública e quaisquer outras formas de exploração sem a autorização prévia da RTP. O acesso aos conteúdos tem como único propósito o visionamento privado e educacional sem fins comerciais. Para mais informações, entre em contato com o arquivo da RTP através do seguinte endereço de correio eletrónico: arquivo@rtp.pt .