Discurso de Vasco Gonçalves em Almada (2/2)

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Segunda parte do discurso do General Vasco Gonçalves, primeiro ministro, durante sessão de esclarecimento do Movimento das Forças Armadas (MFA) na Escola D. António da Costa em Almada, promovida pela União dos Sindicatos de Setúbal, comissões de trabalhadores e moradores do concelho de Almada e comissões administrativas das Câmara Municipais do distrito de Setúbal.

  • Nome do Programa: Discurso de Vasco Gonçalves em Almada
  • Nome da série: SESSÃO DE ESCLARECIMENTO
  • Locais: Almada
  • Personalidades: Vasco Gonçalves
  • Temas: Política, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Apoiantes gritam pelo nome do primeiro ministro; Vasco Gonçalves desvaloriza as críticas que acusam o governo de pouca credibilidade, enfatiza o papel e a importância do povo português relativamente ao governo, afirma que este governo "não é de carreiristas, nem de seguidistas, nem de oportunistas, nem de homens que querem tirar partido de estarem no governo. É um governo de homens que se sacrificam", e destaca a importância das Forças Armadas para o funcionamento do V Governo Provisório e de qualquer outro governo. 50m46: Pronuncia-se sobre a posição da contra revolução "as autoridades militares têm o dever e a honra de atuar firmemente (?) só garantindo a ordem se pode salvaguardar a integridade física dos cidadãos, a propriedade individual, os mais elementares direitos que foram restituídos no 25 de abril", acusa de libertinagem os jornais "Jornal Novo", o "Expresso" e o "Tempo" e afirma que estes mentem ao povo, comparando a situação atual de Portugal com a da Alemanha durante o regime nazi. Vasco afirma que durante vários anos "o anticomunismo foi a arma de agitação de que se serviram os fascistas para manter o povo no obscurantismo e na ignorância" e que "Portugal vive de novo o perigo do fascismo". 56m44: Vasco Gonçalves refere o processo de democratização do país e de transição para o socialismo, destaca a paralisação do trabalho proposta pela Intersindical e a importância da ação dos trabalhadores na mobilização do país ?exorto os trabalhadores a compensar essa meia hora de manhã, num determinado dia e hora, para que assim demonstrem a sua disciplina revolucionária, o seu civismo e o seu ardor patriótico. O seu amor à liberdade!? 01h01m33: Vasco Gonçalves tece comentários sobre a igreja, afirma que sempre combateu o anticlericalismo e reconhece que ?temos cometido alguns erros em certas campanhas de dinamização cultural, e a decisão de não entregar a Rádio Renascença ao Patriarcado foi um erro grave? mas que tal não justifica as ações de vários membros da igreja que têm vindo a desenvolver e ?nós pensamos que a igreja pela sua missão evangelizadora deve ser uma aliada da revolução democrática e socialista portuguesa, que só pretende acabar com a exploração do homem pelo homem?, admite que aquando da formação do V Governo Provisório convidou dois padres para fazerem parte do mesmo mas que tal não foi autorizado pela hierarquia religiosa e elogia os católicos progressistas. 01h04m27: Referência à situação dos retornados de Angola e afirma que as ?causas profundas desta situação mergulham na guerra colonial e nos interesses em jogo exteriores a Angola e nas condições de desenvolvimento dos movimentos políticos angolanos?, destaca a importância da solidariedade nacional principalmente da parte dos sindicatos e forças políticas e cívicas progressistas, ?o patriotismo e solidariedade devem dar-se os braços com esses homens e mulheres que também foram vitimas do fascismo. É necessário (?) que esses nossos compatriotas sejam integrados na nossa sociedade como irmãos e que não sejam olhados como antigos exploradores de pretos?. 01h06m35: Vasco Gonçalves pronuncia-se sobre a questão dos planos em Portugal classificando-a como uma ?epidemia? e ?planite aguda?, as alterações estruturais na economia nomeadamente nas relações de produção e a progressiva intervenção do Estado na atividade económica, o ritmo do avanço que é marcado pela reação contra o processo e pela tomada de consciência política dos trabalhadores e a iniciativa privada. 01h12m30: Comentários sobre as campanhas políticas que afirmam que o governo é constituído por elementos associados à política de esquerda e comunista e que o governo é monopolizado por membros do PCP e do MDP, em detrimento do PS, PPD ou CDS, afirma que ?tudo tem sido dito, tudo está a ser feito para travar e deter o nosso processo de marcha em frente por um Portugal mais próspero e feliz (?) a este processo chamamos Processo Revolucionário de Transição para o Socialismo?. 01h16m45: Vasco Gonçalves exalta as vantagens do socialismo no que se refere aos emigrantes e afirma que ?os seus bens, o produto do seu trabalho são sagrados. Exortá-los a repudiar os que tentam semear a divisão entre os emigrantes, os que tentam separar os emigrantes da sua mãe pátria (?) a nossa revolução é do povo português?. 01h20m55: Vasco Gonçalves afirma ?a revolução não é de ninguém porque é de todos. O tempo do paternalismo, dos mandões, dos donos do país acabou?, apela à união de todos os antifascistas, patriotas e democratas independentemente do partido político a que pertençam e demonstra apoio para com o pluripartidarismo pois ?defendemos um país sem partido único, em que haja uma frente de partidos progressistas verdadeiramente interessados no socialismo, mas não é hoje com os ataques que se veem (?) que se defende o pluripartidarismo. Assim é que se defende o partido único?. 01h25m21: Vasco diz ?Viva a unidade no seio das Forças Armadas?, ?Viva o Movimento das Forças Armadas?, ?Viva a unidade política dos partidos progressistas?, ?Viva a unidade de todos os trabalhadores?, ?Viva a aliança do povo e do MFA? e ?Viva a nossa pátria? seguidos de ?Vivas? pelos seus apoiantes; Vasco cumprimenta jovem e recebe ramos de flores; pessoas gritam ?Vasco? repetidamente; Vasco atira flores para a multidão, observa as pessoas e grita ?MFA?, ?Portugal?, ?Unidade? e canta o hino nacional acompanhado pelos apoiantes; Vasco abraça homem do público.

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