Actualidade Política – Parte I
Primeira parte do debate moderado pelo jornalista Mário Crespo com a participação de António de Almeida Santos, presidente do PS, Álvaro Cunhal, secretário geral do PCP, e Francisco Lucas Pires, presidente do CDS, sobre a situação política, económica e social de Portugal, em período de pré-campanha eleitoral para as eleições legislativas.
Resumo Analítico
Francisco Lucas Pires aborda a necessidade de afirmar a política de centro-direita para ultrapassar os atuais problemas nacionais, desnacionalizar as empresas públicas, valorizar o escudo e eleger uma maioria governativa na Assembleia da República e afirma o apoio à candidatura de Diogo Freitas do Amaral à presidência da República para eleições presidenciais de 1986. 10m08: Álvaro Cunhal refere a possibilidade de se alterar o quadro parlamentar, comenta a situação "desastrosa" do país, refere a tentativa do PS em ocultar a responsabilidade pela crise nacional e o objetivo de CDS, PSD e PS de satisfazerem os interesses dos capitalistas. 20m46: António de Almeida Santos salienta a sua diferença relativamente a Mário Soares, secretário geral do PS e comenta a rutura financeira do país que justificou as medidas de austeridade do atual governo liderado pela aliança política entre o PS e o PSD "Bloco Central" e a sua política de emprego, refere o projeto do PS para as eleições legislativas e presidenciais, o endividamento público registado durante o VIII Governo Constitucional onde figurava o CDS e a impossibilidade do PCP integrar um governo. 35m00: Francisco Lucas Pires realça a diminuição do poder de compra dos trabalhadores, as restrições ao crédito privado e o aumento da despesa pública e da corrupção com o atual governo, sendo interpelado por Álvaro Cunhal que afirma não estarem no "tempo do MFA" (referindo-se ao Movimento das Forças Armadas), que o CDS parece estar a "24 de abril", ao que Francisco Lucas Pires lhe responde que essa afirmação é um "slogan", e disserta sobre o papel do CDS na política portuguesa desde 1975. 44m54: Álvaro Cunhal pronuncia-se sobre as condições de vida atuais dos trabalhadores, considerando que o volume de produção agrícola e industrial têm piorado, a estagnação que afeta o setor da agricultura e o escasso contributo do CDS para a melhoria das condições de vida da população portuguesa.