Ruben A.

Pseudónimo literário de Ruben Andresen Leitão, Ruben A. deixou uma obra que não sendo extensa é tão fascinante quanto singular. Nasceu em 1920, em Lisboa, e o início da sua carreira profissional faz-se no ensino, primeiro como professor de liceu e depois, já em Inglaterra, como leitor e professor no King’s College de Londres. Regressado a Portugal, após ter sido publicamente criticado pelo regime de Salazar, foi durante quase 20 anos funcionário da Embaixada do Brasil em Lisboa, sendo em 1972 nomeado administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda. Paralelamente, a sua carreira literária ganha forma enquanto romancista, ensaísta e cronista, editando obras tão importantes e originais como “Caranguejo”, “Cartas de D. Pedro V aos seus Contemporâneos”, “A Torre da Barbela”, a autobiografia “O Mundo à Minha Procura”, ou “Silêncio para 4”. Já depois do 25 de abril, aceita em 1975 um lugar enquanto professor no Saint Anthony's College de Oxford, mas morre de ataque cardíaco poucos dias após a sua chegada a Londres. Sobre o desaparecimento prematuro de Ruben A. aos 55 anos, escreveu a sua prima Sophia de Mello Breyner Andresen “que tenhas morrido é ainda uma notícia desencontrada e longínqua e não a entendo bem”.