P.R.E.C.

A História consagrou com a designação de Processo Revolucionário Em Curso ou mais simplesmente com a sigla P.R.E.C. o conturbado período de acontecimentos políticos, militares e sociais que agitaram Portugal no pós-25 de abril de 1974. Da falhada manifestação da Maioria Silenciosa em 28 de setembro de 1974, à tentativa de golpe militar em 25 de novembro de 1975, viveram-se meses decisivos para o futuro de Portugal e dos portugueses, com uma sucessão sem precedentes de reviravoltas no panorama político e governativo do país: o 11 de março de 1975, o delicado balanço de poder entre o MFA e os partidos políticos, os governos provisórios de Vasco Gonçalves, as nacionalizações da banca, dos seguros e dos transportes, as eleições para a Assembleia Constituinte, a radicalização do discurso político, as ocupações do Verão Quente e a reforma agrária, o célebre debate televisivo entre Mário Soares e Álvaro Cunhal, o VI governo provisório de Pinheiro de Azevedo, o “povo é sereno” e o cerco a S. Bento. Foram momentos que marcaram decisivamente a sociedade da época, e que levaram o país a uma série de situações limite que o deixaram à beira duma guerra civil, mas que também contribuíram de certa forma para lançar as fundações do Portugal democrático que então começava a ser construído.