Frente a Frente… Mário Soares e Álvaro Cunhal – II Parte

02:17:00

Segunda e última parte do debate em estúdio entre Mário Soares, Secretário Geral do Partido Socialista, e Álvaro Cunhal, Secretário Geral do Partido Comunista Português. Moderado pelos jornalistas José Carlos Megre e Joaquim Letria, este debate demonstrou à evidência duas visões distintas e antagónicas para o futuro de Portugal. Segundo as regras estabelecidas previamente, na segunda parte há lugar ao confronto direto de ideias e de argumentos entre os dois líderes partidários, tornando bem claro que os respetivos projetos para a sociedade portuguesa estão abertamente em rota de colisão. Poucas semanas mais tarde, os acontecimentos do 25 de novembro acabariam por traduzir as diferenças existentes entre as duas áreas políticas.

  • Nome do Programa: Frente a Frente... Mário Soares e Álvaro Cunhal
  • Nome da série: Responder ao País
  • Personalidades: Álvaro Cunhal, Mário Soares, Joaquim Letria, José Carlos Megre
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Jornalista: Joaquim Letria e José Megre Realizador: Herlânder Peyroteo
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Soares e Cunhal respondem a Joaquim Letria sobre a reestruturação da autoridade e disciplina das Forças Armadas (FA) e o papel do Movimento das Forças Armadas (MFA) no processo revolucionário e a relação das FA com os partidos; os dois entrevistados referem na intervenção aspectos pontuais de indisciplina militar, o roubo de armas e o problema dos saneamentos tanto à esquerda como à direita; Soares acusa o excessivo peso do PC no aparelho do Estado, afirmação refutada por Cunhal; Joaquim Letria lança o debate sobre a partidarização da comunicação social; Soares começa por afirmar que não existe democracia sem uma informação livre, afirma-se leitor atento das crónicas de Álvaro Cunhal e faz uma crítica global da imprensa tanto do bloco ocidental como do bloco socialista, e afirma a postura por parte dos partidos comunistas, de esmagamento de correntes de opinião quando infiltrados em algum órgão de comunicação social, dando como exemplo o “Diário de Notícias”, o jornal “O Século”, a rádio e a televisão; Soares questiona o problema dos órgãos de comunicação social como devendo ou não ser estatizados, crítica fortemente a tomada das instalações da Rádio Renascença, relaciona a actual baixa de tiragem dos jornais estatais com os 12% do eleitorado comunista, referindo-se implicitamente à influência do PC nos jornais do estado; Soares alude a jornais com conflitos entre trabalhadores e direcção responsabilizando o PC; Álvaro Cunhal intervém defendendo a necessidade da criação de estatutos para a comunicação social; Cunhal crítica, a nível de exemplo, a actuação da televisão; Soares afirma o interesse em primeiro lugar de salvar Portugal e só depois a revolução, comentando a crise nos vários sectores produtivos como: o pequeno comércio, a agricultura, a reforma agrária, o turismo, a falta de trabalho e a fuga do país de técnicos especializados; Soares refere também desajustes no sistema judicial e a falta de condições das prisões portuguesas bem como a prisão de carácter preventivo efectuada aos agentes da PIDE/DGS (Polícia Internacional de Defesa do Estado / Direcção Geral de Segurança) que se encontram sem julgamento; Álvaro Cunhal alerta para a necessidade de manter presos os agentes da PIDES/DGS até ao perigo da contra revolução passar, lembrando que o PC é alvo de acções terroristas; elogia os aspectos positivos da reforma agrária exemplificando com as cooperativas alentejanas; Soares não concorda com a perspectiva optimista evocando casos de expropriações, ocupações, diminuição de produção agrícola; afirma existir um plano para destruir a economia do país; Soares refere a política de alianças do PS, lembrando a relação do PS com o PCP no período anterior à revolução, elogiando-o mas distanciando-se na actualidade pela postura política do PCP, que considera diferente dos partidos comunistas europeus; Álvaro Cunhal apresenta o PCP como o defensor das liberdades, com o compromisso histórico perante o operariado e contra o capital, afirmando não ser um partido empenhado em construir uma ditadura.

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