O nome de Carlos Lopes ficará para sempre associado à medalha de ouro que ganhou nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, ao vencer a prova de Maratona e garantir assim para Portugal o primeiro ouro olímpico da história desportiva nacional. No entanto, os feitos deste beirão natural de Viseu começaram muito antes, sobretudo quando se muda para Lisboa com apenas 20 anos e ingressa no Sporting Clube de Portugal, onde encontra o professor Mário Moniz Pereira, seu futuro treinador e mentor. A partir daí as vitórias sucedem-se tanto a nível nacional como internacional, ganhando em 1976 o Campeonato do Mundo de Corta-Mato no País de Gales, e a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Montreal na prova dos 10.000 metros, a primeira medalha olímpica conquistada para o atletismo português. Em 1985, um ano depois dos Jogos de Los Angeles, Carlos Lopes ainda conquistaria o Campeonato do Mundo de Corta-Mato em Lisboa, e a Maratona de Roterdão com uma marca que lhe deu o recorde mundial que seria seu durante os três anos seguintes. Foram os derradeiros feitos desportivos na vida dum atleta excepcional, um símbolo do nosso atletismo, um verdadeiro campeão que foi o ídolo de todos os portugueses. Aquele com quem nas palavras do poeta Manuel Alegre, “ganhámos a corrida, aquela madrugada e toda a vida”.