Uma das maiores figuras da cultura portuguesa do século XX, Agustina Bessa-Luís nasceu em 1922 próximo de Amarante, na região do Douro. Concluídos os estudos, fixa-se definitivamente no Porto, tendo editado a sua primeira obra "Mundo Fechado" em 1949. Cinco anos mais tarde, o romance "A Sibila" coloca definitivamente o seu nome entre os maiores da literatura contemporânea, e permanece ainda hoje como o seu livro mais conhecido e premiado, cristalizando o seu estilo e as principais referências do seu imaginário, nomeadamente a relação com o espaço geográfico da região duriense. Entre outras, merecem destaque obras como "As Fúrias", "Fanny Owen", "Meninos de Ouro", "Corte do Norte", "Vale Abraão" ou a trilogia "O Princípio da Incerteza", algumas delas com adaptações ao cinema e ao teatro. Paralelamente à criação literária, Agustina desempenhou ainda funções institucionais, como por exemplo a direção do jornal diário "O Primeiro de Janeiro", ou enquanto diretora do Teatro Nacional D. Maria II. A escritora que de si própria dizia ser "muito conhecida, mas pouco lida" acabaria por se retirar durante mais de dez anos da vida pública por razões de saúde, vindo a falecer no Porto em 3 de junho de 2019.