Distrito de Beja: um Povo Que Se Levanta

01:19:00

A situação dos trabalhadores rurais no distrito de Beja, as difíceis condições de vida e a precariedade de trabalho da população, por via da mecanização agrícola e das restrições ao emprego impostas pelos grandes latifundiários. As novas formas de luta dos pequenos agricultores alentejanos, "a terra a quem a trabalha", e o início da Reforma Agrária.

  • Nome do Programa: Distrito de Beja: um Povo Que Se Levanta
  • Nome da série: A Gente Que Nós Somos
  • Locais: Mértola, Aljustrel
  • Temas: Sociedade, Trabalho
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Locução: Maria Elisa Produtor: Eduardo Pinto e Fernando
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Paisagem alentejana; mapa da região sul do país; ruinas romanas de Pisões; casario encostado a muralha de castelo; gado bovino em pastagens; trabalhadores itinerantes; declarações de historiador alentejano sobre as transformações do sistema de produção agrícola no Alentejo desde o século XIX aos nossos dias e o aumento da população; travelling através de monte com vista sobre casas e campos de cultivo. 07m19: Baixo Alentejo e região de Beja em mapa de Portugal; planície alentejana; Odemira: vista geral da vila; serra de Serpa; rio Guadiana; indicação em mapa das terras denominadas "barros de Beja"; pastagens; afloramento rochoso de xisto; declarações de agricultor sobre a fraca rendibilidade agrícola da terra devido à alta quantidade de xistos presentes; pormenor da região de Beja em mapa de Portugal; Beja: vista geral da cidade; transeuntes no centro; Mértola: vista geral da vila; casario; calçada; monte; travelling de comboio com vista sobre terrenos agrícolas; vista de montado. 14m21: Homens conversam junto a casa; rural fala da fraca produtividade por falta de água de regadio e da necessidade de construção urgente da barragem do Alqueva e de autorização do plantio da vinha; vinha; declarações de agrário sobre o modo de subsistência, a extensão das terras cultivadas, a propriedade das terras em redor, cereais cultivados; terrenos agrícolas; rural fala acerca da divisão da propriedade da terra no Alentejo, da divisão dos latifundiários em hereditários e empresariais e suas diferenças e recorda uma caçada no couto dos Mello que teve a presença de Américo Tomás, ex-Presidente da República. 19m42: Rural declama poesia popular sobre o Alentejo em que aborda os temas da exploração, da repressão sobre os rurais, da emigração; declarações de capataz de herdade acerca da extensão da propriedade, a distribuição da terra na região, e o raramente ver o proprietário; intercalado com rurais a trabalharem em vinha, máquinas agrícolas, rebanho no pasto; alentejano denuncia a existência de proprietários que nem conhecem a própria propriedade; vistas de monte alentejano; rancho de trabalhadores rurais em campo; mulher fala das difíceis condições de trabalho e vida herdadas. 25m18: Pias: rurais falam da afetação da maioria da população ao trabalho agrícola; Albernoa: vista da localidade e do casario; declarações de local sobre a localização da povoação, número de famílias residentes, e ocupação principal da população; assalariados rurais falam de não ter terra própria para trabalhar; Tibério Ventura, agricultor da aldeia de São Bento, fala sobre o local onde vive e o pouco rendimento de uma propriedade de setenta hectares na zona; rurais apanham palha para carroça; travelling de comboio; máquina pesada escava em terreno enquanto comboio passa no horizonte; com off sobre a necessidade de emigrar por falta de trabalho; local fala do desenvolvimento da emigração e da mecanização na passagem da década de sessenta para a de setenta; emigrante na República Federal da Alemanha fala das tarefas aí desempenhadas e confessa ter de voltar a sair do país por não ter trabalho na terra de origem; mulher de emigrante com filhos criados apenas por si confessa-se desiludida com a emigração por ter destruído muitas famílias; ex-emigrante recorda a dureza das condições de vida e de trabalho dos emigrantes. 30m18: Local fala da substituição do trabalho do homem pela máquina, os benefícios dessa substituição para o consumidor urbano, para o proprietário, e para o rural que conseguir manter o trabalho; e do destino dos lucros obtidos com a mecanização; homem guia trator com semeador mecânico; rurais falam da máquina apenas beneficiar os proprietários, e a necessidade de pensar em sistemas de lavoura de grupo para permitir a mecanização da pequena propriedade; intercalado com travelling em monte com vista sobre trabalhadores a laborar e parque de máquinas agrícolas; homens podam no alto de sobreiro; vacas pastam em montado; homem fala da necessidade de recurso ao trabalho itinerante e da incerteza quanto ao futuro. 36m39: Pastor empregado de rendeiro confessa a incerteza quanto ao futuro e aventa a hipótese de emigrar; homem denuncia a falta de trabalho por via da mecanização agrícola e das restrições ao emprego impostas pelos proprietários das terras e pela falta de proteção governamental; a necessidade de redistribuir os trabalhadores desempregados, e a recusa dos agrários em aceitarem os novos trabalhadores; intercalado com idosa sentada em banco de jardim e homens na via pública; homem considera o desemprego o principal problema atual do Alentejo; rural lembra o desemprego de longa duração e responsabiliza os proprietários pelo problema; rural queixa-se da diminuição da oferta de trabalho e da necessidade de recorrer à emigração e imigração; Mértola: casario rural; Salão Martins, professor do externato de Mértola e Presidente da Comissão Diretiva da Câmara Municipal de Mértola, refere os principais problemas do concelho ao nível administrativo, do emprego, da distribuição fundiária e da riqueza. Aljustrel: paisagem alentejana de planície com vista sobre a vila; moinho de vento; circulação de locomotiva a vapor de transporte de minério; mineiros; homens em interior de taberna; declarações de mineiros, em taberna, sobre as minas existentes em Aljustrel, a dureza do trabalho nas minas, a falta de assistência médica, de condições de higiene e segurança e o problema das doenças profissionais; intercalado com cenas de laboração em mina, mineiros a tomarem refeição no interior da mina; operários saem das galerias; vista geral da mina com torre de elevação a funcionar. 46m12: Homem fala da atual condição do trabalho assalariado; pastor fala da remuneração, horário de trabalho, e do facto de não receber uma comissão sobre os lucros do rebanho; pastor queixa-se da disparidade de horários e de paga relativamente aos trabalhadores com horários de trabalho fixo, e fala das razões da ausência de melhoria de condições de vida; intercalado com rebanho de cabras, porcos pretos, mulher e filho em soleira de porta; pequeno agricultor fala da degradação da tradicional situação de subsistência dos pequenos proprietários; intercalado com campos de cultivo. 51m06: Mulheres falam das difíceis condições de trabalho e salariais dos trabalhadores agrícolas, da necessidade de lutar pelos seus direitos, das represálias dos proprietários contra os trabalhadores que protestam, das desigualdades sociais, do direito à habitação; homem alerta para a necessidade de unidade na luta ao fascismo; homem declama poesia contra a necessidade de emigrar; rostos de homens. 55m16: Homens falam da tradição de luta do povo de Albernoa, da questão dos baldios e sua utilidade; intercalado com foto de seareiros no campo, com vaca a sair de estábulo; rural queixa-se do facto de ter de manter uma cabra dentro de casa pois o senhorio não a deixa estar no exterior da habitação; homens falam da antiguidade legal dos baldios, do não cumprimento da lei antes do 25 de Abril e das lutas populares pela sua aplicação; intercalado com fotos de populares a arrotearem baldios; populares falam das perseguições da PIDE nos protestos relativos aos baldios e do papel das mulheres nas lutas populares; intercalado com fotografia de Catarina Eufémia, assalariada rural assassinada pela GNR em Baleizão; mulheres denunciam a fome, a falta de condições de vida e de trabalho e as agressões de que foram vítimas. 01h01m35: Membro de Comissão de Sindicatos dos Trabalhadores Agrícolas de Pias recorda a opressão dos proprietários e a tradição de luta do povo da região; campos de cultivo; antenas de televisão sobre telhados; Beja: transeuntes e viaturas em ruas do centro; fachada e sala de espetáculos da Sociedade Capricho; assembleia de delegados dos sindicatos agrícolas do distrito de Beja em reunião; leitura, por Vergílio Queiroga, Presidente da Mesa da Assembleia, da ata da assembleia com as seguintes medidas; jornais: "Operários agrícolas do Alentejo, iniciam reforma agrária", "Reforma Agrária decidida pelos operários agrícolas de Beja", "Sabotagem Económica no Alentejo", "Grandes Agrários deixam gado morrer à fome". 01h10m44: Entrevista ao engenheiro Ribeiro Santos fala sobre a posição e os projetos para a Reforma Agrária; assembleia de delegados dos sindicatos agrícolas do distrito de Beja em reunião. Agricultores falam sobre a reunião; Jornais "Milhares de trabalhadores contra o desemprego em Beja".

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