Décimas, rezas e benzeduras – Parte I
Primeira parte do programa apresentado por Maria João Seixas no qual entrevista Aníbal Falcato Alves, professor reformado, João Romão Borges, motorista, Manuel Inácio Veladas, tratorista e Sebastião Grilo, serralheiro convidados que têm em comum a poesia e cantares populares, sobre as tradições populares alentejanas em vias de extinção nomeadamente o gosto pelo convívio da taberna entre histórias, rimas e fados e as orações aos Santos para proteção e solução de problemas, contando ainda com improvisos sob sugestão de mote propostos aos convidados.
Resumo Analítico
Declamação do poema "Benzedura do ar" pela atriz Laura Soveral. Maria João Seixas anuncia o tema do programa e apresenta os convidados. Intervenção de Aníbal Alves sobre a perda gradual de tradições devido à mecanização dos processos agrícolas, os programas televisivos que divulgavam as tradições populares, extinção das tabernas em madeira polida. Audição em off de um excerto do "Pregão das Ceifas" por Dinis Fernandes Miranda, preso político pela Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), através de gravação em cassete. Depoimento de Manuel Veladas acerca da revolução do aparecimento da tecnologia; das atividades no campo desde jovem, o início da participação nos cantos populares de taberna, da distinção dos décimos ou quadras de quarenta pontos do "Canto da Saloia" ou rimas de quatro pontos e do desencontro com o parceiro de cantares. João Borges execução de quadras de quatro pontos nas tabernas, timidez perante o público. Testemunho de João Borges sobre o dom para a realização de versos, que considera ser próprio da sua geração e das anteriores, requisição para festas tradicionais, desinteresse da juventude atual, intervenção dos meios de comunicação, como a televisão, na divulgação destas tradições para evitar o seu desaparecimento, o término comum da décima. Sebastião Grilo fala sobre os encontros nas tabernas e a história da guitarra dada pelo pai. Improviso de décima sob o mote "os Olhos do meu amor quando olham para os meus, dizem coisas, fazem coisas, ai Jesus valha-me Deus" por João Borges acompanhado à guitarra por Sebastião Grilo, pormenor de uma chapa gravada com o nome do guitarrista na guitarra.