CTT – A Luta Continua
Um programa produzido em pleno PREC, sobre as condições de trabalho existentes nos CTT Correios e Telecomunicações de Portugal, antes e depois da revolução de 25 de abril de 1974. Entre outros aspetos do trabalho dos Correios são abordadas as reivindicações laborais dos seus funcionários, transversais a toda a empresa, dos escritórios aos carteiros, das telefonistas aos guarda-fios.
Resumo Analítico
Plano de abertura de caixa do correio; plano fixo de carta a ser colocada no referido posto com música off; homem transporta pacotes de cartas e correspondências e entra em estação dos correios, no Terreiro do Paço; movimento de pessoas no interior da estação; homens depositam pacotes de cartas sobre balcão de funcionárias. 03m24: Na estação de correios “Lisboa 2”, do Terreiro do Paço, jornalista Fernando Belo entrevista homens e mulheres, funcionários dos CTT, sobre as atividades que realizam, nomeadamente a venda de selos e serviços mais trabalhosos (vales e registos), a burocracia que afeta os trabalhos, os seus principais objetivos “lutarmos por uniformização de horários, por um salário decente e lutamos por um rodízio semanal, ao contrário do mensal que existe neste momento” alternado com funcionários a realizarem diversas tarefas. 05m14: Funcionários a realizarem diversas tarefas com vozes off de jornalista (mulher e homem) a entrevistar funcionários sobre o estatuto e respetivo salário, o serviço rotativo executado na empresa, a luta dos trabalhadores dos CTT antes e depois da Revolução de 25 de abril de 1974 “A história da luta dos trabalhadores dos CTT, já não é após 25 a de abril, já se vinha manifestado anteriormente, quer em manifestações de carteiros mesmo a administração, descalços, outras formas de luta, assumiu várias formas, a nível de greve de zelo e de outras situações () no aspeto vá lá, dos trabalhadores da sua organização sindical, puderem reforçar-se, unir-se“, alternado com Fernando Belo entrevista homem e mulher, funcionários da CTT, sobre a luta sindical após a Revolução de 25 de abril de 1974, a reação do público face à greve dos CTT em 1974 “pessimamente mal, ao ponto de nós sermos insultadas”. 07m43: Cartaz depositadas em caixa; tabuleta “Grandes males poderão nascer de pequenas distracções”; sacos com cartas; funcionários trabalham nos escritórios dos CTT; funcionários efetuam trabalhos com voz de jornalista a entrevistar funcionários sobre se consideram que houve falta de compreensão face às razões que deram origem à greve. 08m23: Funcionário dos CTT abre caixa do correio e retira cartas; carrinha Volkswagen a chegar a garagem; no centro de distribuição dos correios “Lisboa 1”, em Arroios, Fernando Belo entrevista grupo de carteiros sobre as suas condições de trabalho “não são boas, porque temos pouca ventilação, isto no inverno é muito frio e no verão é muito quente”, as responsabilidades dos carteiros, os carteiros do meio rural, o problemas das horas extraordinárias na “Lisboa 1”, os seus objetivos “a luta tem por base para minorar o desemprego no nosso país () já fizemos com que a administração recrutasse muito pessoal” alternado com vista geral dos escritórios do referido centro e respetivos funcionários; plano, através de prateleiras, dos funcionários a trabalhar; pilhas de encomendas; funcionários realizam várias tarefas; grupo de carteiros, na rua, durante período de trabalho. 12m42: Fernando Belo entrevista membros da direção do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (STCT), sobre a criação do mesmo, o Sindicato Vertical, os objetivos da luta do sindicato, nomeadamente a “apresentação de uma tabela salarial” e respetiva reestruturação, os valores do salário mínimo e máximo, o projeto do STCT para um possível quadro salarial, o problema do saneamento “pretendia-se um saneamento político, a coisa está completamente parada. Pararam duas comissões de inquérito que os trabalhadores as queriam”, a integração total dos assalariados da empresa, a presença e participação dos telégrafos e telefones [dos CTT] em acontecimentos importantes como a manifestação “Maioria Silenciosa” em 28 de Setembro de 1974 e o golpe de 11 de Março de 1975 dirigido por António de Spínola, as fugas de capitais, através de revistas e jornais, detetadas nos correios depois do 25 de abril de 1974, e como lidam com a dificuldade de união sindical tendo em conta o número de unidades dos CTT distribuídas pelo país. 20m23: No posto de correio de Carnide, jornalista entrevista popular, cliente dos CTT, sobre se considera que uma única pessoa ao serviço consegue dar o escoamento necessário; Fernando Belo entrevista funcionária do referido posto sobre o número de pessoas que trabalham nos postos “a empregada torna-se escrava mesmo do seu serviço”, a dificuldade de trabalhar isoladamente e o apoio do STCT. 21m59: Homem fala ao telefone a partir de um cabine e pede explicações pelo facto de estar à imenso tempo à espera de ser atendido; pessoas no interior do posto de correio de Carnide; funcionária executa tarefas. 22m37: Telefonistas durante período de trabalho, em central interurbana, alternado com plano aproximados dos cabos e extremidades de ligação; Fernando Belo entrevista telefonistas sobre o tipo de trabalho que executam, o contato com o público e os horários de trabalho, de refeição e de pausa. 24m29: Na sala de estar das telefonistas, Fernando Belo entrevista telefonista sobre quando utilizam a referida sala, o número de telefonistas, as condições da sala e faz reparo sobre bebé alternado com telefonista a dar de biberon a bebé de colo na sala e alcofa do mesmo. 25m17: Fernando Belo entrevista telefonistas sobre os dias de trabalho que fazem, as doenças que mais as afetam, nomeadamente as relacionadas com o sistema nervoso e dores de cabeça, as relações com os superiores “as relações, antes do 25 de abril, eram difíceis havia bastante repressão na telefónica. Nós tínhamos um serviço de escuta que nos descontrolava, nós tínhamos 10 minutos para comer ou ir à casa de banho, não podíamos dar uma palavra para o lado () a repressão estava imediatamente, era uma autêntica PIDE. Isso melhorou, temos lutado e lutámos imediatamente para que terminasse a escuta”, a greve de 1974 e a colaboração do público alternado com telefonistas a executarem trabalho. 28m14: Poste telefónico, seguido de dois “guarda fios” a trabalhar em diversos postes alternado com Fernando Belo entrevista “guardas fios” sobre a profissão, tempo de exercício da atividade nos CTT, salários, objetivos “a nossa luta é para que sejamos igualados ao nossos camaradas dos TLP´s [Telefones de Lisboa e Porto (TLP)], uma vez que a empresa é praticamente mesma () A nossa luta é que além da igualização com os nossos camaradas dos TLP, que sejamos igualdados ao grupo dos eletrotécnicos”, e as condições de trabalho; guarda-fios a terminarem trabalho e a subir para caixa aberta de carrinha com voz off de guarda-fio sobre as condições de transporte dos mesmos “juntamente com o material, em cima de ferros, por baixo de ferros, sem o mínimo de condições de transporte. Nós ainda temos os nossos chefes ainda são os mesmos, se isto voltasse ao 24 de abril de 74 não sabemos o que nos iria acontecer. Mas como nós, o pessoal dos guardas fios, o pessoal que é trabalhador nós queremos que o processo revolucionário avance em frente e não podemos admitir de maneira nenhuma que ele seja travado”.