Confronto: 4 Candidatos para Belém – Parte I
Primeira parte do debate moderado pelo jornalista Joaquim Letria com os quatro candidatos às eleições presidenciais de 1976: Major Otelo Saraiva de Carvalho, apoiado por UDP, MES, FSP e PRP, Octávio Pato, candidato e dirigente do PCP, General António Ramalho Eanes, apoiado por PS, PPD, CDS e PCTP, e Almirante José Pinheiro de Azevedo, candidato independente.
Resumo Analítico
05m32: Almirante José Pinheiro de Azevedo comenta o facto da sua candidatura ter suscitado admiração e surpresa, sendo interrompido por Joaquim Letria que cita o candidato relativamente à candidatura de Ramalho Eanes em que este já teria o "passarinho na gaiola", o apoio das Forças Armadas e as razões que o levaram a apresentar a sua candidatura. 13m05: Octávio Pato refere as razões da sua candidatura à presidência destacando a importância de consolidar a democracia através de via do socialismo e da defesa da constituição, o resultado das eleições legislativas de abril e o contributo da sua candidatura para ganhar massas populares de forma a garantir a implementação democrática em Portugal e para o prosseguimento da luta pela unidade das forças democráticas, pela unidade da classe operária e de todos os trabalhadores e pela unidade do movimento popular de massas e das forças armadas. 20m20: Joaquim Letria refere o facto do PCP parecer "atacar" mais fortemente a candidatura do Major Otelo Saraiva de Carvalho, em relação aos restantes candidatos ao que Octávio Pato responde que "há pessoas interessadas em criar confusões" e "nós não atacamos nenhuma das candidaturas. Nós o que atacamos é certas forças que apoiam certas candidaturas" e que existem forças que apoiam Otelo Saraiva de Carvalho cujo objetivo "é tentar diminuir a influência de massas do partido comunista português" e "nós somos uma força indispensável para o processo democrático português sem o qual não há realmente uma política de esquerda" e refere que algumas dessas forças acusaram a COPCON de ser a nova PIDE. 26m21: Major Otelo Saraiva de Carvalho pronuncia-se sobre as afirmações de Octávio Pato, afirmando ter conhecimento que elementos do PCP distribuem panfletos contra si e ao seu programa, o apoio dos partidos políticos à sua candidatura, as razões que o levaram a candidatar-se à presidência da República, afirma que "consegui manter sempre a minha total independência" relativamente aos partidos políticos e que nunca se deixou manipular e instrumentalizar politicamente e admite pontos de concordância entre as suas ideias com as de alguns partidos mas que isso não significa que se identifique com as facões políticas que o apoiam. 33m12: General António Ramalho Eanes comenta as declarações que fez relativamente à possibilidade de se candidatar à presidência da república que tal só aconteceria se fosse imperativo, afirma que o país se encontra numa situação dramática e que necessita de um presidente que consiga congregar e unir as forças e mobilizar para a implementação do processo democrático nacional, refere o apoio dos partidos políticos afirmando que "eu aceitei dizendo que em contrapartida não oferecia qualquer compromisso. Pretendo ser um candidato suprapartidário, independente e nacional" e comenta as criticas dos outros candidatos relativamente aos seus apoios políticos e a declaração de "passarinho na gaiola".