Conferência de imprensa do Tenente Coronel Carlos Azeredo
Conferência de imprensa do Tenente Coronel Carlos Azeredo, governador militar da Madeira, sobre a detenção de elementos da PIDE/DGS, a Revolução de 25 de Abril e a atual situação de Américo Tomás, ex-presidente da República, e de Marcelo Caetano, ex-presidente do Conselho.
Resumo Analítico
Carlos Azeredo refere as suas primeiras impressões acerca da Ilha da Madeira e a detenção dos elementos da ex-Polícia Internacional e de Defesa do Estado/Direção-Geral de Segurança (PIDE/DGS), numa das unidades militares da ilha afirmando "o que nos interessa em especial é garantir que a sua segurança pessoal seja mantida e não permitir que a justiça seja feita no meio da rua. Não podem ser linchados" e refere-se à "situação de emergência que se vive no Ultramar", à libertação dos presos políticos e à destruição dos arquivos da PIDE/DGS. Carlos Azeredo destaca, emocionado, a sua participação e o modo como viveu a noite do 25 de Abril e sobre a queda do regime, afirma que se encontra na Ilha da Madeira para fazer cumprir as intenções e o programa da Junta de Salvação Nacional (JSN) e que as "Forças Armadas não têm qualquer cariz político". Carlos Azeredo pronuncia-se sobre o saneamento de pessoas ligadas ao anterior regime, à presença de familiares de Américo Tomás e de Marcelo Caetano na Ilha da Madeira e responde a perguntas de jornalistas estrangeiros sobre o modo como estão instalados Américo Tomás e Marcelo Caetano, afirmando que não se trata de apartamentos luxuosos "mas também não são as enxovias da DGS". Carlos Azeredo afirma que "o professor Marcelo Caetano, é neste momento, um prisioneiro" e acrescenta que António de Spínola, presidente da JSN, não tem contacto com os detidos do anterior regime nem se deslocou à Ilha da Madeira ao contrário de informações que circularam entre a população afirmando "Isso é um boato ridículo!"