Condicionamento e Autonomia
Reflexão de Vitorino Nemésio sobre a autonomia administrativa nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, a propósito do seu regresso às origens durante uma estadia em férias na terra natal.
Resumo Analítico
Vitorino Nemésio reflete sobre a sua ausência por motivo de férias; refere a sua estada nos Açores, o regresso às origens e o seu distanciamento das ilhas, de mais de meio século; tece considerações sobre o clima açoriano e o contraste com a luz peninsular; a constatação do quadro social nos Açores; sobre a formação das estruturas de poder em razão do lugar; Portugal, um país centralizado, as razões da unidade territorial metropolitana; refere o contexto histórico do fim do colonialismo; o sentimento imperial português; refere a dificuldade na definição do estatuto dos territórios de origem colonial, sobretudo Cabo Verde, Timor e Macau; o caso específico dos arquipélagos dos Açores e da Madeira; a periferia continental, as micro regiões fronteiriças, os seus condicionamentos sociais arcaicos, e o contraste com a faixa litoral e os grandes centros urbanos; a comparação entre as ilhas e o isolamento do interior continental; sobre as ilhas atlânticas refere a existência de um arcaísmo formal e um modernismo funcional associados a hábitos de emigração e retorno; o isolamento e o surto demográfico; refere que o condicionamento dos arquipélagos pede sistemas administrativos concretos, de tipo autonómico, distintos das normas emanadas de Lisboa para a generalidade do país.