A língua portuguesa é muito traiçoeira? – Parte I

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Primeira parte do debate moderado por Maria João Seixas sobre as "traições" da língua portuguesa na comunicação oral e escrita, a evolução do método de aprendizagem da língua nas escolas e as diferenças entre a componente falada e redigida com um painel de convidados composto por Isabel Hub Faria, linguista e professora e Miguel Esteves Cardoso, sociólogo, político e fundador do semanário "Independente".

  • Nome do Programa: A língua portuguesa é muito traiçoeira?
  • Nome da série: Quem Fala Assim...
  • Locais: Portugal
  • Personalidades: Maria João Seixas, Isabel Hub Faria, Miguel Esteves Cardoso, Alexandre O'Neill, José Silva Melo
  • Temas: Artes e Cultura, Educação, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Autoria e Apresentação: Maria João Seixas. Colaboração: Maria de Fátima Bonifácio. Produção: Rui Esteves, Maria de Fátima Cavaco e Paulo Cardoso. Realização: Fernanda Cabral.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Declamação de poema legendado de Alexandre O'Neill in "Poemas com Endereço" por José Silva Melo. Maria João Seixas apresenta o tema do programa. Isabel Hub Faria considera mais traiçoeira a língua portuguesa falada do que escrita salientando que esta característica é apenas visível nas pessoas que buscam a perfeição na comunicação, foca casos de recuperação da língua através de outros idiomas aquando de doenças cerebrais. Miguel Esteves Cardoso afirma-se bilingue, considera que em Inglaterra o inglês é bem falado por uma minoria, devido à existência de variações regionais diversas e incorretas como consequência de um período curto de escolaridade. Isabel Hub Faria explica que o método de aprendizagem da língua começa em casa com a família em simultâneo com a forma de a usar, sendo que na escola existe uma reaprendizagem que pode originar aceitação ou rejeição dos alunos. Esteves Cardoso explica que a partir de um estudo verificou que a maioria dos bons oradores não escreve bem e vice-versa, refere que os portugueses falam melhor do que os ingleses só que ao nível da escrita cometem inúmeros erros, assumindo ele próprio, falhas sintáticas. Isabel Hub Faria aponta algumas condicionantes que podem comprometer o planeamento pré conversação e reforça que falar bem depende mais da graça de ser entendido do que dos possíveis erros cometidos, considera que a compreensão, a produção de textos orais e escritos e a análise de literaturas de língua portuguesa deveriam ser ensinadas nas escolas tal como a evolução da língua materna no estrangeiro, critica a utilização da palavra dialeto para o crioulo cabo-verdiano achando que transporta uma inferioridade face ao português, considerando só aplicável a variações regionais. Esteves Cardoso tece críticas negativas à qualidade da escrita dos livros infantojuvenis em Portugal. Isabel Hub Faria reafirma que escrever bem poderá passar mais pela graça do que pela possibilidade de erros sintáticos. Esteves Cardoso relata uma experiência que consistia na gravação e transcrição da oralidade de diversas pessoas. Isabel Hub Faria responde com o facto das raízes da produção oral não serem obrigatoriamente as mesmas que as da escrita, sendo que as línguas vivas modificam com a abrangência e o aumento do tempo escolar. Esteves Cardoso defende o método antigo de lecionar, considerando-o mais afetuoso e como exemplo mostra que no passado se escrevia melhor do que no presente com o mesmo nível de qualificação, conta que apesar de se afirmar bilingue sente que o português é que é a sua língua apesar de ler maioritariamente em inglês.

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