O Poeta é um Fingidor? – Parte I

00:25:15

Primeira parte do programa apresentado por Maria João Seixas sobre o fingimento inerente à condição do poeta, a qualidade das criações poéticas portuguesas, a união entre a poesia e a musicalidade rítmica da voz e o reconhecimento desta dimensão de arte enriquecido com recitais poéticos de "Se um dia a juventude voltasse?", da autoria de Al Berto, "Argumento" de David Mourão-Ferreira e "Matador" de Manuel Alegre, todos poetas portugueses convidados para o programa.

  • Nome do Programa: O Poeta é um Fingidor?
  • Nome da série: Quem Fala Assim...
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: Maria João Seixas, Manuel Alegre, Al Berto, David Mourão-Ferreira
  • Temas: Artes e Cultura, Educação
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Autoria e Apresentação: Maria João Seixas. Produção: Rui Esteves, Maria de Fátima Cavaco e Paulo Cardoso. Realização: Fernanda Cabral.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Declamação de excerto de "Autopsicografia" do poeta Fernando Pessoa, pelo ator Mário Viegas. Música de Zeca Afonso "Senhor Poeta", letra de Manuel Alegre e António Barahona, ouvida em estúdio. Manuel Alegre fala sobre a história da letra da música anterior cuja autoria é tripartida, o elogio à voz e ao lado mágico de Zeca Afonso, a música como suporte da poesia, a anterioridade do ritmo em relação à escrita, exemplificando com a tradição oral das sociedades antigas, e a importância da musicalidade da língua na poesia, a excecionalidade da poesia de Luís de Camões, a boa recetividade pública de recitais, explicação para os riscos inerentes à cisão entre a poesia e a música, capacidade de recitar inata nos autores, ao contrário do cidadão comum, como Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner, Herberto Hélder e Alexandre O'Neill, localização da criação artística entre o ser e a imaginação do que se é. Comentário aos versos "Os Cadernos de Malte Laurids Brigge" da autoria de Rainer Maria Rilke, explicação do valor da técnica para além da inspiração no momento da criação da poesia, intervenção de David Mourão-Ferreira sobre a importância de dar voz a um texto como forma de incentivar à leitura, culpabilidade da escola pelo declínio da poesia em voz alta e pelo menosprezo pelo exercício de memorização, leitura de trechos exemplificativos de "Como um romance" de Daniel Pénnac e "As reais presenças" de George Steiner, fingimento enquanto condição humana não sendo exclusivo dos poetas, declamação e comentário do poema "Os Cadernos de Malte Laurids Brigge", esquecimento de palavras no texto com "A procura da poesia" de Drumond Andrade. Al Berto pronuncia-se sobre a vocalização do poema como forma de alcançar mais rapidamente os leitores, o processo de criação da poesia indissociável da leitura em voz alta para a deteção de erros, a marca da oralidade presente nos anos 80, diferenciação entre a recitação de poemas de autoria própria face à interpretação de outra pessoa, escrita alimentada pela memória passada e futura, processo incontrolável pelo homem, desconhecimento do que é a inspiração.

Termos e condições de utilização

Os conteúdos disponíveis estão protegidos por direitos de propriedade industrial e direitos de autor. É expressamente proibida a sua exploração, reprodução, distribuição, transformação, exibição pública, comunicação pública e quaisquer outras formas de exploração sem a autorização prévia da RTP. O acesso aos conteúdos tem como único propósito o visionamento privado e educacional sem fins comerciais. Para mais informações, entre em contato com o arquivo da RTP através do seguinte endereço de correio eletrónico: arquivo@rtp.pt .