Ernâni Lopes

Considerado um dos mais reputados e influentes economistas portugueses, Ernâni Lopes nasceu em 1942 e cedo se evidenciou quer num percurso académico como professor universitário, ligação que manteve até ao fim da vida, quer sobretudo em funções públicas ao serviço do país. Primeiro exercendo funções no Banco de Portugal, depois como Embaixador de Portugal na Alemanha Federal entre 1975 e 1979, e seguidamente enquanto Chefe da Missão Portuguesa junto das Comunidades Europeias em Bruxelas, responsável pelas negociações de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, função que desempenhou entre 1979 e 1983. Chamado a integrar o IX Governo Constitucional como Ministro das Finanças e do Plano (o chamado Governo do “Bloco Central”), foi nesse cargo exercido entre 1983 e 1985 que Ernâni Lopes mais se distinguiu, numa altura crucial para o futuro de Portugal quando o país por um lado enfrentava uma grave crise económica, motivando a intervenção do Fundo Monetário Internacional, e por outro se ultimavam as negociações para a adesão à CEE. Após esse período em que a sua visão e pragmatismo se mostraram determinantes, Ernâni Lopes retira-se da política ativa para perseguir uma notável carreira na área empresarial, como consultor e integrando os orgãos sociais de diversas empresas, embora sem nunca esquecer as suas responsabilidades de cidadania, ou recusar um contributo válido às causas que apelavam aos seus valores. Dono duma visão estratégica para aquilo que acreditava ser um futuro sustentável para o País, nomeadamente em função dos seus recursos naturais, manteve nos últimos anos uma posição muito crítica e pessimista em relação ao rumo económico e financeiro de Portugal. Faleceu a 2 de dezembro de 2010 depois de doença prolongada.