António-Pedro Vasconcelos nasceu a 10 de março de 1939, em Leiria. Foi realizador, produtor, crítico de cinema, escritor e professor. Estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e Filmografia, na Universidade de Sorbonne, cursos que não acabou. António-Pedro Vasconcelos foi um dos realizadores do Cinema Novo Português, um dos fundadores da V.O. Filmes, da Opus Filmes, e ainda do Centro Português de Cinema, cooperativa financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian, tendo produzido a maior parte dos filmes Cinema Novo Português.
Os seus primeiros filmes foram "Perdido por Cem" em 1973, "Oxalá" em 1980, "O Lugar do Morto", em 1984 e "Jaime" em 1999.
Realizou séries documentais sobre a emigração portuguesa "Adeus, até ao meu Regresso" em 1974, e Emigrantes...e Depois" em 1976, e de ficção para a televisão, como a produção luso-francesa "Aqui d'El Rei" em 1992.
Foi apresentador do programa Cineclube, na RTP2, fez crítica literária e cinematográfica, tendo chefiado a redação do suplemento de cinema "O Cinéfilo", do jornal "O Século", foi colunista da revista "Visão" e diretor do suplemento "A Semana" do jornal "O Independente". Presidiu ao Grupo de Trabalho do Livro Verde para a Política do Cinema e Audiovisual, dirigido pela Comissão Europeia, e também à Associação Portuguesa de Realizadores, ao Secretariado Nacional do Audiovisual, e ao Conselho de Opinião da RTP.
Foi professor da Escola de Cinema do Conservatório Nacional e coordenador executivo da licenciatura em Cinema, Televisão e Cinema Publicitário da Universidade Moderna de Lisboa.
António-Pedro Vasconcelos foi vencedor dos Prémios Sophia para Melhor Filme, e Melhor Realizador com "Os Gatos não têm vertigens". "Amor Impossível" vence o Prémio Sophia de Melhor Filme, e "Parque Mayer", o Prémio Sophia de Melhor Realização.
Com o filme "Jaime" ganha os Globos de Ouro da SIC, para Melhor Filme e Melhor Realizador, e a Concha de Prata do Festival Internacional de Cinema de San Sebastian.
O filme "Call Girl" de 2007 ganha o Globo de Ouro da SIC para Melhor Filme. Apaixonado pelo futebol, foi comentador desportivo nos jornais "Record" e "O Independente" e no programa "Trio de Ataque" da RTP. Publicou três livros "Porque é que as Mulheres não gostam de Futebol?", "Serviço Público, Interesses Privados", e "Um Cineasta Condenado a ser Livre".
O seu último filme "KM 224" estreou em 2022. Defensor do Serviço Público de Televisão quando esteve ameaçado pela privatização, e mentor do movimento "Não TAP os olhos", de oposição à privatização da TAP. Foi condecorado pelo presidente da República Mário Soares, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a 10 de junho de 1992.
António-Pedro Vasconcelos preparava uma adaptação do livro "Lavagante" de José Cardoso Pires, e um documentário sobre os bastidores do 25 de Abril para a RTP.
Morreu a 5 de março de 2024, em Lisboa.