Álvaro Cunhal
Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu em Coimbra a 10 de novembro de 1913, na freguesia da Sé Nova. Muda-se para Seia quando tem 3 anos de idade, estuda em casa com o pai, advogado, escritor e administrador do concelho, devido à violência dos professores exercida na escola.
Em 1924, a família muda-se para Lisboa, e Álvaro Cunhal faz o exame de admissão ao Liceu Pedro Nunes. Em 1929, faz a transferência para o Liceu Camões. Jogava futebol, xadrez, damas, cartas e praticava atletismo. Entra na Universidade de Lisboa, no curso de Direito, em 1931. Declara-se comunista os 17 anos, e a sua entrada formal no Partido deu-se nos finais de 1932, através da ala jovem do PCP. Foi secretário geral da Federação da Juventude Comunista Portuguesa, em 1935. Ao longo da década de 1930, colabora com vários jornais e revistas, como a "Seara Nova", "O Diabo", "Vértice" e "Sol Nascente", e nas publicações clandestinas do PCP, o "Avante!", e "O Militante". Em 1935, com 22 anos, viaja clandestinamente para Moscovo, no âmbito do Congresso Internacional da Juventude Comunista. Álvaro Cunhal adquire uma influência crescente no PCP, após a prisão de Bento Gonçalves, José de Sousa e Júlio Fogaça, em 1935. As ações no PCP levaram Álvaro Cunhal a estar sempre em perigo constante, podendo ser denunciado à polícia política. Em 1936, após a visita à URSS, é indicado pelo PCUS para o Comité Central do PCP. Devido aos seus ideais comunistas, e à assumida e militante oposição ao Estado Novo, é preso várias vezes, num total de 15 anos, oito dos quais em completo isolamento. Em 1940, a cumprir pena de prisão pela segunda vez, Álvaro cunhal é escoltado pela polícia à Faculdade de Direito de Lisboa, onde apresenta a sua tese da licenciatura em Direito, preparada e concluída na cadeia. Em 1942, assume a liderança do partido. Na prisão, dedicou-se à pintura e à escrita. A 3 de janeiro de 1960, juntamente com dez camaradas, leva a cabo a célebre Fuga de Peniche. Em 1961, assume o cargo de secretário geral do Partido Comunista até 1992.
Parte para o exílio na União Soviética, onde participa no XXII Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Em 1965 organiza-se o primeiro Congresso do PCP fora de Portugal, em Kiev, onde Álvaro Cunhal reitera a intenção de retomar a luta popular armada.
Em 1972, reúne-se com Mário Soares para discutirem as opções de combate ao regime fascista.
Álvaro Cunhal encontra-se em Paris no dia 25 de Abril de 1974, e regressa a Portugal cinco dias após a revolução. Foi Ministro sem Pasta do 1º,2º,3º e 4º governos provisórios e eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975 e à Assembleia da República em 1976, 1979, 1980, 1983, 1985, 1987. Em 1982 é membro do Conselho de Estado, abandonando estas funções dez anos depois quando saiu da liderança do PCP. Autor de uma vasta obra literária sob o pseudónimo de Manuel Tiago, em 1989 desloca-se à URSS por motivos de saúde, e é condecorado por Mikhail Gorbatchov com a Ordem de Lenine. Em 1992 no XIV Congresso do PCP abandona o cargo de secretário geral do partido e é nomeado presidente do Conselho Nacional.
Álvaro Cunhal morreu no dia 13 de junho de 2005, em Lisboa, com 91 anos de idade.