5 de Outubro: o súbito desenlace

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Segundo programa de série documental da reconstituição dos acontecimentos históricos, políticos, económicos e sociais que levaram ao termo de uma Monarquia com oito séculos de história e à implantação de um novo e polémico regime político com recurso a depoimentos, imagens de arquivo e recriações históricas no âmbito das comemorações do centenário da República.

  • Nome do Programa: 5 de Outubro: o súbito desenlace
  • Nome da série: REPÚBLICA - OS DIAS DO FIM
  • Locais: Portugal
  • Personalidades: António Reis, Luís Farinha, Fernando Rosas, Rui Ramos, António Ventura, Jaime Nogueira Pinto, João Bonifácio Serra
  • Temas: Política, Sociedade
  • Canal: RTP 2
  • Menções de responsabilidade: Autoria: Alexandre Borges. Atores: António Machado, António Mendes, Carlos António, Carlos Augusto Nogueira, Filipe Carvalho, Hugo Sequeira, João José Castro, Joaquim Guerreiro, Luís Barros, Nuno Machado, Paula Garcia, Ronaldo Bonacchi, Rui Gorda e Rui Santos. Jornalistas: Isabel Varela e Miguel Pereira. Locução: Luís Caetano. Produção: Minda Colmonero, Sarah Broadbento e Fátima Barros. Realização: João Osório.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Stereo
  • Relação do aspeto: 16:9 PAL

Resumo Analítico

Imagens de recriação histórica no Hotel Avenida Palace, em Lisboa, a 5 de Outubro de 1910, às 00h, onde está instalado o encarregado de negócios da Alemanha, o diplomata pergunta a empregado o que se passa lá fora, em off o narrador fala sobre a revolta dos republicanos contra a Monarquia. Declarações de António Reis, Historiador, sobre os factos que se passaram na noite de 4 para 5 de Outubro, as batarias de Queluz comandadas por Paiva Couceiro deslocam-se do cimo do Parque Eduardo VII para o Alto do Torel a fim de desalojarem os republicanos de Rotunda e envolveram-se num combate de artilharia renhido. Comentários de Luís Farinha, Historiador, sobre este ataque, imagens de arquivo RTP a preto e branco de Lisboa, fotografias de militares a cavalo, de Paiva Couceiro (considerado como o último defensor da Monarquia, um dos poucos que, nesse dia 5 de Outubro, se bateram pelo Trono Secular), ilustração do seu bombardeamento da Rotunda onde estava o acampamento republicano liderado por Machado Santos; imagens a preto e branco do acampamento militar da Rotunda. António Reis refere a tomada do couraçado do Rei D. Carlos pelos republicanos e dos barcos de guerra da Marinha com um contingente de 2.000 homens prontos a desembarcar; mapa com as posições assinaladas, imagens a preto branco de multidão no Rossio e fotografia a preto e branco de Teixeira de Sousa, Chefe do Governo. Fotografias dos barcos da Marinha de Guerra que abriram fogo sobre o Arsenal e que se encontravam com revoltosos republicanos, ilustração do iate real Amélia que parte de Cascais com destino à Ericeira estando já em Mafra o Rei, D. Amélia e D. Maria Pia. Várias ilustrações sobre os confrontos miliares entre as duas fações, fotografia de civis que se juntam aos militares na Rotunda. 07m30: Comentários de Fernando Rosas, Professor de História Contemporânea na Universidade Nova, sobre a plebe urbana organizada pela Carbonária, uma organização secreta, que serve de base à revolução republicana de 4 e 5 de Outubro de 1910. António Reis comenta também a forte intervenção dos civis. Recriação histórica no Hotel Avenida Palace no 5 de Outubro às 07h; Luís Farinha refere o momento de desempate da situação, o encarregado de negócios alemão dirige-se ao Quartel General monárquico para propor um armistício de 1 hora a fim de serem evacuados todos os cidadãos estrangeiros de Lisboa, o General Manuel Rafael Gorjão, nesta altura Comandante militar de Lisboa, acede e o encarregado vai pedir o mesmo aos revoltosos empunhando uma bandeira branca. Luís Farinha relata este episódio, vendo a bandeira branca o povo da Rotunda pensa que se trata da rendição dos monárquicos e invade a avenida aclamando a república, imagens de arquivo RTP e fotografias deste momento. 09m49: Declarações de Rui Ramos, Historiador, sobre o apoio psicológico que o povo nas ruas deu aos republicanos; imagens de arquivo RTP sobre os militares no Rossio a confraternizarem com o povo, fotografias a preto e branco. Comentários de António Ventura, Diretor do Centro de História da Universidade de Lisboa, sobre João Chagas ter declarado a jornalista espanhol que tudo se passou ao contrário do que estava planeado pelos republicanos. Rui Ramos diz que a desagregação política do regime deu-se apesar da revolta republicana ter sido fraca, imagens de arquivo de multidão na rua. Calendário com os dias 3, 4 e 5 de Outubro em destaque, em Junho o Rei D Manuel II tinha entregue o Governo a António Teixeira de Sousa como Presidente do Concelho de Ministros, notícia da época sobre o novo ministério. António Ventura refere que muitos monárquicos conspiraram contra o regime ajudando os republicanos; fotografias a preto e branco de tropas armadas em frente à Fábrica Confiança, acampadas nas ruas, montadas a cavalo, grafismo com retratos em janela de António Machado Santos e Henrique Paiva Couceiro. 14m43: Declarações de Jaime Nogueira Pinto, Historiador/Advogado, recriação histórica do episódio em que o encarregado alemão fala com Machado Santos sobre a retirada de estrangeiros da cidade, de Fernando Rosas que afirma que em vez de anuir, Machado Santos vai pessoalmente exigir a rendição dos monárquicos, de Rui Ramos sobre a rendição do quartel general dos monárquicos, imagens de arquivo sobre os revolucionários na Rotunda, Luís Farinha comenta que o povo acompanhou Machado Santos o que inquinou qualquer espécie de resposta armada dos monárquicos que tiveram que se render, imagens de arquivo do povo a festejar nas ruas, elétrico a passar no Rossio, Machado Santos acorda com Gorjão Henriques assegurando a segurança do rei. Recriação histórica de 2 horas antes de conversa dos republicanos, da Câmara Municipal de Lisboa às 9 horas onde se reúne o diretório republicano para a proclamação da República. 18m46: Depoimento de João Bonifácio Serra, Historiador, e de Jaime Nogueira Pinto sobre a falta de transição, sobre a rendição monárquica, a rápida formação de governo e a proclamação de um novo sistema político. António Ventura comenta que Machado Santos, obreiro da mudança, ainda estava no Rossio quando da varanda dos Paços do Concelho foi proclamada a República, recriação histórica do momento da proclamação da República por José Relvas, acompanhado por Eusébio Leão e Inocêncio Camacho, na varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, após o que foi nomeado um Governo Provisório, presidido por membros do Partido Republicano Português, com o fito de governar a nação até que fosse aprovada uma nova Lei Fundamental. Imagens de arquivo RTP dos festejos populares nas ruas de Lisboa e excerto da entrevista ao Capitão Vilhena, Interveniente na Revolução de 4 a 5 de Outubro de 1910. Recriação histórica de Eusébio Leão, nomeado Governador Civil, a escrever edital onde declara que "A Ordem e o Trabalho é a Divisa da Pátria Libertada pela República". Fotografias de época de regimento de artilharia a fazer disparos na Rotunda provocando mortos e feridos, dos marinheiros no Palácio das Necessidades, na sala do trono. Fotografia da Presidência e composição do Governo Provisório: retratos de Teófilo Braga, Presidente da República, António José de Almeida, Ministro do Interior, Afonso Costa, Ministro da Justiça, Bernardino Machado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Correia Barreto, Ministro da Guerra, Basílio Teles, Ministro das Finanças, António Luís Gomes, Ministro do Fomento, e Amaro Gomes, Ministro da Marinha, retratos de José Relvas e Brito Camacho. 23m40: Luís Farinha e Rui Ramos falam sobre os membros do Governo, do qual não fazem parte os revolucionários armados da Rotunda. Declarações de Alfredo Caldeira, Diretor do Arquivo Fundação Mário Soares, sobre a composição do Governo ser feita através de uma coligação das várias fações do Partido Republicano, fotografias de revoltosos armados em contraposição a políticos de bengala e cartola. Comentários de Jaime Nogueira Pinto e Rui Ramos, fotografias de Machado Santos e os seus sargentos, de João Bonifácio Serra, recriação histórica da noite de 3 para 4 de Outubro em Lisboa, onde na reunião Afonso Costa propõe alterações ao Governo que já estava combinado antes de sair a revolução para as ruas. Fotografias de Teófilo Braga, Alfredo Caldeira, Luís Farinha e João Bonifácio Serra falam da divisão de interesses no Partido Republicano refletida na escolha dos membros do governo provisório. Rui Ramos comenta as alterações à República logo após a implementação da mesma, Machado Santos, o parteiro da República, transforma-se num dos seus críticos mais ferozes. Fotografias dos membros do governo provisório, fotografias das tropas revoltosas barricadas na Rotunda, ilustrações do povo a lavar as ruas, imagens de arquivo de um casarão derrocado na avenida, e de outro com buracos de canhão, litografia alusiva à Proclamação da República. 32m34: António Ventura fala sobre a notícia da proclamação da República ser conhecida no resto do país, dias depois, Fernando Rosas fala das movimentações no Porto mas no resto do país a República foi "proclamada pelo telégrafo". Imagens de arquivo de notícias de jornal da época sobre este acontecimento, fotografias do povo nas ruas rendido à vitória da República, de casal de crianças em que a menina estava vestida de República, como era moda na altura. 35m39: Reconstituição histórica da tarde de 5 de Outubro no Palácio de Mafra quando o rei D. Manuel II e sua mãe, a rainha D. Amélia de Orleães, são informados da vigência do novo regime e são aconselhados a viajar por mar até ao Porto, fotografias de época da família real na praia da Ericeira a embarcar no navio Amélia que muda de rota para Gibraltar, fotografia a preto e branco de D. Manuel II com o manto real. Declarações de Paulo Teixeira Pinto, Presidente Causa Real, ilustrações da família real em bote de pescadores para embarcar no Amélia que está ao largo, grafismo com a carta que D. Manuel deixou a Teixeira de Sousa. Imagens de arquivo de população e militares a darem vivas à República com discurso em off legendado, fotografias de Lisboa e da vida quotidiana nos dias seguintes completamente normalizada. Imagens de arquivo RTP do centro de Lisboa, da Praça do Rossio, das ruas da baixa, de elétrico cheio de passageiros, fotografias sobre a implantação da República, imagens de desfile militar, de Salazar na tribuna ladeado pelo Presidente da República Óscar Carmona, grande plano da bandeira portuguesa hasteada ao vento. 43m13: Imagens de arquivo RTP das declarações do Capitão Vilhena; grafismo com retrato de D. Manuel II e resumo legendado do seu exílio em Inglaterra e casamento com D. Augusta Vitória não deixando descendência e nunca mais voltando a Portugal, com retrato de D. Maria Pia que seguiu para Itália e morreu 9 meses depois, de D. Amélia, que partiu para França após o casamento do filho não chegando a aceitar asilo oferecido por Salazar durante a II Guerra Mundial, voltou a Portugal em 1945, retratos de Miguel Bombarda e Cândido Carmona que foram a a enterra em simultâneo a 16 de Outubro de 1910, de Paiva Couceiro que liderou vários contra golpes e foi mandado prender e exilar por Salazar devido a críticas ao Estado Novo, de Afonso Costa e Machado Santos, litografia da implantação da República, cuja I viveu 16 anos de instabilidade com 7 presidentes e 45 governos, sucumbindo ao golpe de estado de 28 de Maio de 1926 a que se seguiu 46 anos de ditadura.

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