Uma toca, a outra não… – Parte II

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Segunda parte do programa apresentado por Maria João Seixas tendo como convidada Maria João Pires, pianista, onde a solista portuguesa fala das dificuldades atuais da vida artística em Portugal assim como da sua preocupação em relação à qualidade da mesma, e comenta alguns aspectos da sua vida privada.

  • Nome do Programa: Uma toca, a outra não...
  • Nome da série: Quem Fala Assim...
  • Locais: Portugal
  • Personalidades: Maria João Seixas, Maria João Pires
  • Temas: Artes e Cultura, Educação
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Autoria e Apresentação: Maria João Seixas. Colaboração: Maria de Fátima Bonifácio. Produção: Rui Esteves, Maria de Fátima Cavaco e Paulo Cardoso. Realização: Fernanda Cabral.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Maria João Seixas lembra a vontade que Maria João Pires tinha em tocar um recital no Coliseu dos Recreios o que aconteceu três semanas depois de ter expressado essa vontade, Maria João Pires lembra esse momento como emocionante, diz que gosta do público do Coliseu mas que é um público misto e perigoso por causa da crítica daqueles que estão viciados nas obras, e divide o público entre os extremamente cultos e os aderentes e explica a diferença entre eles. Maria João Pires diz que o público alemão é muito culto e que gosta muito do público japonês porque é discreto e não é pretensioso, refere que a formação curricular da música em Portugal é pobre embora exista muito talento no campo da arte. Maria João Seixas diz que num concerto tem o preconceito de ver as mãos de um pianista, admitindo que não percebe nada de música, Maria João Pires afirma que isso não interessa e que é um preconceito que remonta ao princípio do século em que os pianistas faziam malabarismos com as mãos de modo a torná-los virtuosos, preferindo ver a cara do que ver as mãos de alguém que toca. Maria João Pires diz que o silêncio de uma sala é extraordinário, e não distingue o público português em relação a outros públicos, diz que detesta o som das palmas e que já aconteceu aplaudirem o que ela não gostou de interpretar, conta que nunca lê nem vê as críticas ao seu trabalho porque lhe choca o poder que isso pode ter. Maria João Seixas pergunta se Maria João Pires tem mestres, ao que a pianista responde que todas as pessoas precisam de alguém para trocar impressões e tirar dúvidas, Maria João Pires diz que trabalha muito durante a noite e que foi aprendendo o seu método de trabalho ao longo da vida, explica que não gosta especialmente do instrumento piano e que tenta sempre dar-lhe um som diferente, admite que adora livros os quais considera serem um mundo, principalmente porque vive uma vida muito isolada. Maria João Pires afirma que os novos intérpretes vivem uma vida de violência brutal e têm medo de arriscar e isso também depende da coragem e da preguiça, imagens das mãos de Maria João Pires a tocar piano.

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