Os Cinéfilos – Parte II
Segunda parte da entrevista de Maria João Seixas a João Bénard da Costa, cinéfilo e Diretor da Cinemateca Portuguesa, sobre a evolução do cinema com a tecnologia, a importância de uma apreciação concentrada para preservar o filme como objecto de debate e amostra de uma época, aconselhando a experiência da sala de cinema e anunciando justificadamente os filmes que constituem marcos na história do cinema.
Resumo Analítico
João Bénard da Costa nomeia os seus filmes preferidos, explica que muitos destes foram rejeitados aquando da sua apresentação e afirma a necessidade de se fazer uma aprendizagem adequada para se apreciar um filme peculiar. Elogia Roberto Rossellini, director de cinema italiano, e comenta o insucesso deste face ao público e aos críticos, refere a reação de luta contra o regime por parte do público após o visionamento do filme "Roma, cidade aberta", pouco antes do 25 de Abril. Apela a um olhar atento e à paciência do espectador para perceber os filmes, escolhe "O Amor de Perdição" de Manoel de Oliveira, e "A Palavra" de Carl Dryer, como os dois filmes que levaria para uma ilha deserta. Explica a sua vocação de ator cujo nome adotado é Duarte de Almeida e nomeia os realizadores com os quais já trabalhou. Explica que se comove facilmente com cinema de todas as épocas, atenta ao filme "M. Butterfly" dirigido por David Cronenberg e "Smoking/No Smoking" de Alain Resnais, cineasta francês, e explica que o tempo é um fator decisivo para perceber se o filme ficou na memória das pessoas e salienta a importância de ver as matrizes do cinema para compreender a sua história, selecionando filmes que marcaram a sua época profundamente e analisa a evolução do cinema mudo para o sonoro. Diálogos legendados de uma cena de amor do filme "Johnny Guitar" de Nicholas Ray. Maria João Seixas agradece ao convidado e despede-se do público e anuncia a cantar a canção "Ich Bin Von Kopf Bis Fuß Auf Liebe Eingestellt" de Marlene Dietrich, atriz do filme "O Anjo Azul" ilustrado com imagens a p/b.