Entrevista a Diogo Freitas do Amaral
Entrevista conduzida pela jornalista Judite Sousa a Diogo Freitas do Amaral, sobre os factos que mais têm marcado a atualidade informativa.
Resumo Analítico
Pontos mais importantes da entrevista a Diogo Freitas do Amaral: - Os antigos Presidentes da Câmara de Lisboa e Porto (Socialistas), deixaram os assuntos relativos à realização do Euro 2004, muito mal tratados. - Terá de haver bom senso por parte de todas as partes e reunir esforços para que a realização do Euro 2004 seja um facto (chama a atenção do Primeiro Ministro demissionário, António Guterres, para que se empenhe no assunto). - Quando foi aprovada a realização do Euro 2004, ainda não havia consciência do atual estado das finanças públicas, no entanto, já que a decisão foi tomada, têm que se assumir os compromissos. - O apoio dado a Durão Barroso e ao PSD foi devido à "situação grave do País": Problemas em matéria de Segurança, Forças Armadas, Finanças Públicas, a quase estagnação do desenvolvimento económico, Saúde, Segurança Social e Justiça "...é praticamente o Estado Português, todo ele, que está em crise...". - Considera que o apoio dado ao PSD não pode ser considerado uma "traição" ao CDS-PP: por um lado saiu do partido em 1992, quando Manuel Monteiro se mostrou contrário ao Tratado de Maastricht e por outro, mantêm-se algumas divergências importantes em matéria europeia, discurso político, estratégia política, etc.; - Acha desejável a existência de uma Maioria parlamentar de Centro-Direita, pois, no seu ver, a Maioria Parlamentar de Esquerda foi má para o País (afirma que não tornará pública a sua posição relativamente à Maioria Absoluta: se só do PSD ou em coligação com o CDS). - Desmente que pretenda com o apoio dado ao PSD ter possíveis apoios deste partido, nas Presidenciais de 2006 "... esse assunto não foi de modo nenhum ventilado entre mim e o Doutor Durão Barroso...", pelo facto de apoiar o PSD poderá, segundo ele, estar a perder votos. - A sua possível candidatura às Presidenciais "...é uma hipótese...". - O Estado tem que saber qual é o dinheiro que dispõe, concentrá-lo nos seus objetivos prioritários e consentir que o resto seja feito pela iniciativa privada. - As Forças Armadas são uma responsabilidade do Estado mas o modelo que temos tem que ser repensado, poderá ter havido alguma falta de diálogo entre o Governo e as Forças Armadas. - Situação do País: Temos coisas onde estamos muito bem - Diminuição das Taxas de mortalidade infantil e de mortalidade geral do País; taxa de desemprego. - As coisas onde estamos pior são - a Saúde (falta de verbas, elevadas taxas de Tuberculose e Sida, deficit enorme de enfermeiros) - Ensino Superior (percentagem do Orçamento para a Educação inferior à dos outros países desenvolvidos) - Acidentes de Viação e Medalhas Olímpicas. - É necessária a definição de uma estratégia de desenvolvimento acelerado; definir quais são as prioridades e demarcar o papel do Estado e da iniciativa Privada (tendo em atenção a firmeza em relação aos "lobbys"). - Por parte dos E.U.A. existe uma nova política externa, mas com efeitos contraditórios: por um lado querer manter e alargar a coligação internacional contra o terrorismo e ao mesmo tempo não consultar previamente os outros países relativamente a algumas ações militares. - A Europa tem que fazer ouvir em Washington uma voz de moderação e bom senso.