Mau Tempo, Marés e Mudança: Mudança – Parte III
Terceira parte do documentário sobre a vida dos pescadores da costa portuguesa, e a forte relação que estabelecem com o Mar e os elementos, através do olhar e da memória, das palavras e do canto, de Manuel Pardal, pescador e poeta popular da Quarteira.
Resumo Analítico
Mulher e cunhada de Manuel Pardal apanham berbigão na Barrinha de Faro e colocam-no em sacos de palha enquanto falam da sua escassez; mulheres caminham na praia com sacos à cabeça, dirigem-se para junto de Maria, habitante da zona da Barrinha de Faro, pedem-lhe figos, comem-nos sentadas no muro e comentam a qualidade dos frutos; Maria recorda a qualidade dos figos que os pais tinham no figueiral que perderam com outras terras e explica que semeia para viver, intercalado com Manuel Pardal a contar aos amigos em que circunstâncias a mulher e a cunhada apanhavam berbigão na Barrinha de Faro em 1949. 07m43: Manuel Pardal continua a recordar a dureza da vida no passado; José, amigo de Manuel Pardal, refere que não podia expressar as suas opiniões durante o Estado Novo e recorda a forma como a sua família foi expropriada; amigo comum reafirma a injustiça que a família sofreu; no cemitério de Quarteira, Manuel Pardal pede, em verso, ao coveiro que lhe indique o local onde a mãe foi sepultada e visita a campa; pormenor da sepultura; copas de árvores à chuva agitadas pelo vento; pessoas assistem à colocação de urna na cova. 13m19: Flores; Manuel Pardal canta fado e toca guitarra portuguesa, acompanhado à viola por Abílio Delca, ilustrado com caçadores a caminhar na mata. 18m01: Manuel Pardal conta a jovens que, quando era mais novo, foi apanhado a colocar armadilhas numa propriedade, intercalado com recriação da história. 27m00: Manuel Pardal fala aos amigos da beleza da praia de Quarteira, estragada pelos burgueses com a colocação de pedras, e do fim da pesca de arrasto, intercalado com declarações de amigo sobre a multa que teve de pagar por varrer o barco para a rua, a pesca de arrasto, a troca das casas que possuía por dois apartamentos e o que perdeu na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974; Manuel Pardal e homem a martelar (Manuel Pardal diz versos em off).