XVIII Congresso do PSD
Compilação do XVIII Congresso do PSD, realizado em Santa Maria da Feira, onde se destacam as declarações de diversos dirigentes do PSD, o discurso de Leonor Beleza, a nova Presidente da Mesa do Congresso e de Marcelo Rebelo de Sousa, eleito Presidente do partido.
Resumo Analítico
Direto de Carlos Daniel, jornalista, sobre os resultados das moções. 02m10: Excerto do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, novo Presidente do PSD, logo após do anúncio dos resultados das moções. 02m55: Directo e vivo de Carlos Daniel, diz que as votações que estão a decorrer para os órgãos do partido. 06m05: Carlos Daniel, jornalista entrevista Valentim Loureiro, Dirigente do PSD, que fala nos membros eleitos para os órgãos do partido; diz que apoiou Santana Lopes, pois não gosta de ver ninguém atacado pessoalmente. 09m22: Fernando Nogueira, ex-Presidente do PSD a votar para os diferentes órgãos do partido, que afirma-se solidário com a nova direcção do partido e que em principio renunciará ao cargo de deputado. 10m50: Eurico de Melo, Presidente da Mesa do Congresso, anuncia resultados, com excerto de discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, novo Presidente do PSD. 11m47: Declarações de Pedro Santana Lopes, candidato à presidência do PSD, diz que teve um bom resultado pois não fez convites e apoios nenhuns. 12m26: Luís Filipe Menezes, Presidente da Distrital do PSD, diz que a sua posição obrigou a Marcelo Rebelo de Sousa a integrar membros do Porto e do país nas listas. 13m05: Peça sobre as mulheres presentes no congresso do PSD; vários planos e declarações de mulheres; vivo de Márcia Rodrigues, jornalista. 15m32: Congressistas a entrarem na sala do Congresso. 17m25: Declarações de Aníbal Cavaco Silva, ex-Primeiro Ministro( sem som devido a problemas técnicos). 18m45: Plano geral da sala do Congresso com congressistas sentados. 19m11: Declarações de Carvalho Guerra, convidado e professor universitário. 20m07: Declarações de Francisco Lucas Pires, ex-Presidente do CDS, que fala na humildade com que Cavaco Silva e Fernando Nogueira sairam do partido, no qual se pode expressar livremente e que Marcelo Rebelo de Sousa transporta um projecto e uma ambição política. 21m48: Vivo de Judite de Sousa, jornalista que entrevista Jorge Moreira da Silva, Presidente da JSD, que diz que apresentaram um projecto com ideias. 22m13: Entrada de Aníbal Cavaco Silva, ex-primeiro ministro no congresso; Anibal Cavaco Silva e Maria Cavaco Silva sentados na sala do Congresso. 24m03: Plano geral da sala do congresso; vivo de Judite de Sousa, jornalista. 24m23: Leonor Beleza, Presidente da Mesa do Congresso chama membros da direcção para os diferentes órgãos eleitos do PSD, com planos gerais de Cavaco Silva e mulher, da sala do Congresso e congressistas. 38m01: Rui Rio, novo Secretário Geral do PSD. 38m35: José Pacheco Pereira, novo Vice Presidente do PSD. 39m00: Joaquim Ferreira do Amaral, novo Vice Presidente do PSD. 39m08: António Capucho, novo Vice Presidente do PSD. 39m39: Álvaro Damâso, novo Vice Presidente do PSD. 39m56: Alberto João Jardim, novo Vice Presidente do PSD. 40m51: Marcelo Rebelo de Sousa, novo Presidente do PSD a chegar à mesa e palco do congresso; mesa do congresso com os novos membros eleitos. 44m06: Discurso de Leonor Beleza, nova Presidente da Mesa do Congresso, que cumprimenta todos os convidados e órgãos de soberania, embaixadores, partidos políticos, confederações patronais e dos trabalhadores, partido popular espanhol e dirige-se aos militantes do PSD; refere que neste congresso, tomaram-se decisões e reafirmaram-se os princípios do PSD, adoptaram uma estratégia de acção e escolheu-se um líder; discutiu-se tudo e escolheu-se livremente, e assim estão juntos nos princípios, valores, estratégia e líder; dá uma saudação especial a Cavaco Silva, Fernando Nogueira e Francisco Pinto Balsemão, que são testemunhos duma continuidade de um grande projecto nacional começado há 22 anos; presta também respeito e admiração por Eurico de Melo, seu antecessor no cargo de Presidente Mesa do Congresso; diz que Marcelo Rebelo e Sousa, novo Presidente do PSD, terá um enorme peso sobre os ombros e que os militantes estarão unidos em torno da sua liderança, desejando-lhe as maiores vitórias que serão do PSD ao serviço de Portugal; afirma que este congresso foi de luta, ideias, princípios, valores pelas pessoas; salienta que é grande a responsabilidade que cai sobre o PSD, que é a oposição, a alternativa e a esperança; continuarão no centro da vida política portuguesa e agradece à comunicação social por ter levado a todos os portugueses o Congresso do PSD; agradece a todos os que trabalharam na realização deste congresso e à cidade de Santa Maria da Feira. 54m50: Discurso de encerramento de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente do PSD, que dedica as primeiras palavras a Leonor Beleza, Presidente da Mesa do Congresso e a Eurico de Melo, seu antecessor; agradece aos convidados a sua presença, como seja o representante do presidente da República, do qual espera que exerça a sua função com isenção e ao estrito interesse nacional; cumprimenta os representantes diplomáticos presentes e diz que Portugal procura alimentar relações de amizade e cooperação com todos os estados do Mundo; agradece aos representantes políticos com assento parlamentar, políticos estrangeiros e aos parceiros económicos e sociais; para ele sem partidos políticos fortes não há vivência democrática e sem parceiros económicos e sociais, não existe sociedade civil, adulta, nem participada; cumprimenta ainda a comunicação social, que assegurou a cobertura deste Congresso; foram dois dias a pensar em ideias, confrontar opiniões e a pensar em Portugal, felicitando todos os delegados e observadores pela sua participação; daqui sai um partido vivo, dinâmico, que é a expressão do pulsar do povo e de Portugal; refere que os portugueses e Portugal, foram o centro do debate no Congresso, que aprenderam as lições de dois actos eleitorais; os resultados deste Congresso, revelam a vontade de uma linha estratégia, clara e definida; afirma que até ao Verão vão preparar a revisão dos estatutos, com um amplo debate com as bases do partido, um movimento que vá de encontro às pessoas e à sociedade civil; vão preparar as eleições regionais dos Açores e da Madeira e trabalhar na vitória das eleições autárquicas de 1997; serão incansáveis a apoiar os autarcas sociais democratas; afirma que todo este movimento é feito sem crises de identidade, sem complexos quanto às raízes do partido, sem fantasmas pela obra que se fez por Portugal; refere que o partido nasceu com certos valores e ideias aos quais se mantém fiel, personalista e profundamente português, defensor da lusofonia, da integração europeia e promotor da igualdade entre os portugueses; foi o partido que teve maior protagonismo no actual Portugal democrático; era um partido a suprimir, mas acabou por ser o mais duradouro e consistente da jovem democracia portuguesa; diz que a história do partido é de provações e de lutas, e há que recordar a memória do fundador Francisco Sá Carneiro e de recordar as circunstâncias trágicas da sua morte; para ele não há razão jurídica, para que não se esclareça o que aconteceu em Camarate; fala em Francisco Pinto Balsemão e na revisão constitucional e da democracia plena em 1982, de Rui Machete com as suas reformas estruturais e de Aníbal Cavaco Silva, na luta e batalha de governos de legislatura, na revisão económica na constituição, na integração europeia de Portugal e de progresso durante dez anos a nível nacional dos portugueses; foi difícil mudar Portugal e dá o exemplo de Fernando Nogueira, que se confrontou com promessas de outros partidos e com uma situação difícil, dizendo-lhe que além de grande político é um grande homem; relembra Carlos Mota Pinto que não chegou a ver as suas ideias reformistas para Portugal; salienta que não enjeita nada da história do PSD, das vitórias e das derrotas, pois tudo isso é o património do partido, e como tal não enjeita nenhum dos militantes, eleitores, a força da juventude social democrata, os trabalhadores sociais democratas, os autarcas sociais democratas; diz que o partido é uma família em que a unidade faz-se da diversidade, da criatividade, da amizade; podem-se discutir ideias, pessoas, mas depois ficam mais unidos, amigos e solidários; a clareza nos princípios, unidade na acção e a renovação da confiança, são as palavras de ordem de reencontro com Portugal; refere que é o principal partido da oposição parlamentar, com o Governo dos Açores e da Madeira e com uma ampla implementação autárquica, sindical e estudantil; são também a alternativa de Governo; na oposição distinguem o que é matéria de regime e do que é de Governo; para ele o regime é a independência e unidade de Estado, política económica e social e a política externa, de defesa e de segurança; nestes domínios tudo fará para fortalecer a solidez da democracia; estão disponíveis para rever rapidamente a revisão constitucional; exige aos partidos que respeitem o sentido e conteúdo da revisão constitucional; fala no projecto de regionalização do PSD para a introdução de referendo, e crítica a posição do PS nesta matéria ao procurar criar regiões administrativas; defende o referendo e condena a delimitação das regiões administrativas; não admite que a revisão constitucional,seja esvaziada de conteúdo; diz que a proposta de regionalização socialista é o retrato de alguns autarcas do PS e de influências partidárias; fala na posição do PS à direita no Orçamento de Estado e na política económica e social, e à esquerda na regionalização; refere a importância em questões essenciais do regime o diálogo, caso contrário o PSD não aprovará nenhuma revisão constitucional; em relação à política externa, defesa e de segurança são outros domínios de entendimento supra partidário; afirma que o PSD continua fiel à integração europeia, conforme o interesse nacional; espera que o Governo não faça confidencialismo diplomático em Timor Leste, que tenha projecção nos países lusófonos, que defenda as comunidades portuguesas espalhadas no Mundo; fala no projecto de alargamento do PS, para a eleição do presidente da república; espera que o Governo defina a sua política de defesa e das forças armadas e seu estatuto remuneratório; acha que o Governo deve ter autoridade de Estado e não deixe aumentar a insegurança, com os casos laborais e a amnistia às FP 25 de Abril; espera que as leis sejam rapidamente apreciadas pelo Tribunal Constitucional e que o Governo governe, pois o PSD não irá para outros locais fazer agitação social; espera e conta que o primeiro ministro renove e amplie, o estatuto da oposição; afirma será uma oposição aberta às questões de regime e espera que haja dos outros partidos abertura a esse entendimento; no entanto é uma oposição dissonante do Governo noutros campos de actuação; refere que se vivem tempos económicos e sociais difíceis, que exige verdade nas contas do Estado; diz que vivem-se momentos de reforma inadiável e profunda na administração pública, para se ajustar o Estado providência; neste momento não pode haver demissão do Estado, nem apropriação clientela do poder político, nem tentação hegemónica na comunicação social ou de entidades representativas de interesses económicos e sociais; o Estado tem de impor sacrifícios e viver com eles; afirma que é um erro de palmatória confundir diálogo, com o não exercício de autoridade de Estado, de substituir responsáveis na administração pública, sem qualquer critério e apenas pelo estatuto partidário, pois foi isso que o PS acusou anos a fio o PSD; pergunta onde estão os concursos públicos prometidos na campanha eleitoral; o PSD apresentará na Assembleia da República, quais devem ser os cargos administrativos de confiança do Governo; fala na tentativa do PS de dominar a comunicação social pública, nomeadamente a RTP; o PSD será o defensor do pluralismo político e da liberdade de opinião; se o PS continuar neste caminho, apenas poderá privatizar por insolvência, a comunicação social do Estado; refere que há que respeitar a vitalidade e a independência, autonomia e contributo da sociedade civil, para a democratização plena da sociedade portuguesa; espera que o PS não continue com a sua hegemonização na UGT; tem de haver verdade na política económica e social e é mau iludir a situação em que se vive; afirma que o actual Governo prometeu facilidades e prosperidades; fala na abolição das propinas e portagens, em subsídios e na satisfação de reivindicações a avulso; diz que cada ministro que intervém numa situação de crise, promete mais uma despesa pública; afirma que se estão agravar a rigidez das despesas públicas; o Orçamento de Estado está cada vez mais rígido nas despesas correntes de funcionamento e são cada vez maiores e mais difíceis de reduzir; por outro lado a opinião pública, encontra-se cada vez menos aberta a sacrifícios públicos e fiscais; ninguém aceita pagar mais impostos, só porque as despesas do Estado não param de crescer; assim diz que com as receitas a aumentar e as despesas a aumentar, o Orçamento de Estado ou é credível e o risco do deficit público corre o risco de subir ou é um exercício de gabinete longe da realidade e apresenta receitas fictícias para manter um determinado deficit; diz que o Orçamento de 1996, é inverosímil no estado actual da economia portuguesa, e que vai-se verificar que as promessas não são cobráveis, começara o corte nas despesas públicas, no investimento, com o agravamento do desemprego, as tensões sociais e a insegurança; o PSD estará disposto a apoiar todas as medidas sérias que evitem o desemprego; o PSD exige um governo que pare com a demagogia do despesismo público e nas taxas, seja verdadeiro nas contas do Estado e no retrato da situação económica; por último fala nos problemas sociais, que estão a emergir por todo o país, e na necessidade de políticas sociais, que protejam aqueles que mais sofrem com a crise, como seja os trabalhadores, os desempregados, os idosos, os jovens e os deficientes; o PSD estará na primeira linha com os trabalhadores, mas também com aqueles que contribuem para criar riqueza nas empresas ou seja os empresários; são tantas e tão graves as questões que desafia Guterres, para um debate público na televisão; espera que este governo dure uma legislatura, pois a estabilidade política é um bem essencial, que não pode ser desbaratado; se o Governo não arrepiar caminho, agravará a situação económica e social e levará a uma crise política e governamental antecipada; nesse caso, terão de haver responsabilidades e o PSD estará pronto para as eleições; no entanto prefere que o calendário eleitoral seja respeitado com as eleições regionais, autárquicas que querem vencer; acima dos interesses de um partido, está o interesse de Portugal; o que interessa ao PSD é o país, o confronto livre e plural com as ideias dos outros partidos e correntes; Portugal necessita de estabilidade política e de paz social e de progresso económico; os portugueses, querem um governo que faça e não que fale, trabalhe e não percorra o país em campanha eleitoral antecipada, que não se demita da autoridade de Estado, na persecução da justiça social, na criação de riqueza, no renovar da política e nos políticos e numa oposição que exige, proponha, controle, impeça abusos, inseguranças e incompetências e que possa ser uma alternativa de Governo séria, competente e exigente; é isto que o PSD irá fazer por Portugal. 01h39m41: Leonor Beleza, Presidente da Mesa do Congresso dá por encerrado o XVIIIº Congresso do PSD; hino nacional. 01h41m28: Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente do PSD, cumprimenta militantes e dirigentes do PSD e Aníbal Cavaco Silva e Fernando Nogueira.