Vistas de localidade, destacando-se casario e terras de cultivo em paisagem rural de montanha; populares percorrem rua de aldeia; galinhas debicam na lama de um caminho; exterior de casas de aldeia; mulher transporta molho de canas de milho aos ombros; criança sentada em escadas de pedra, acompanhado em off por João Bénard da Costa pelo anúncio da marcação das eleições para a Assembleia Constituinte para 12 de Abril e o significado do voto para uma população rural despolitizada e com grande número de analfabetos. 02m47: Entrevistas a camponesas analfabetas, idosos e lavadeiras da aldeia sobre o sentido de se terem recenseado, do voto e da expressão "O voto é a arma do povo", e em que manifestam o seu desconhecimento do sistema partidário; mulher corta erva com foice; vista geral de aldeia em paisagem serrana; mulheres lavam roupa em tanque coletivo. 08m16: Serra da Estrela: vista de vale entre montes; entrevista a José Gomes Tacanho, pastor natural de Manteigas, sobre a sua experiência de vida, o seu alheamento da realidade política e o desconhecimento do significado do recenseamento, do voto, da realidade político-partidária e das eleições intercalado com rebanho de cabras e ovelhas a pastar; pastor chama rebanho. 12m55: João Bénard da Costa, em paisagem rural, explica o significado do slogan recorrente na televisão "O voto é a arma do povo", reflete sobre as dificuldades, expressas nas entrevistas, de utilização dessa arma por uma população politicamente ignorante e ainda receosa depois de quarenta e oito anos de fascismo e introduz grupo de entrevistas em que as pessoas respondem mais livremente porque a abordagem não é de teor político. 16m20: Entrevista a mulher de idade, em interior de loja de aldeia e rodeada de mulheres, sobre o hábito de ver televisão, o significado da expressão "O voto é a arma do povo", as melhorias sentidas com a mudança de regime político, a sua opinião sobre os partidos de esquerda, e a voz comum dos malefícios do comunismo. 18m35: Entrevista a lavrador, junto a carro de bois, acerca do hábito de ver televisão, do significado do recenseamento e do voto, do seu desconhecimento dos partidos, da maior liberdade existente e das desigualdades sociais; circulação de carro de vacas em rua de aldeia. 20m15: Entrevista a mulher, em interior de loja de aldeia e rodeada de mulheres, sobre a maior liberdade de expressão, as dificuldades do quotidiano, a quase ausência de ações de educação política da população, a consciência do porquê do recenseamento e a sua vontade de votar. 22m15: João Bénard da Costa explica, a partir de declarações da última entrevistada, a ligação entre a atividade política e a resolução dos problemas do quotidiano, refere a importância do apoio e educação política das populações rurais por pessoas inseridas nas comunidades e apresenta exemplo de perseguição a pároco por apoiar a sua comunidade. 24m26: Vistas em movimento (travelling) de Vila Nova de Paiva; placa toponímica; casario e campos de cultivo; exterior da igreja matriz e do casario e ruas da vila; manifestação de populares à chuva com tabuleta pintada com "O povo é quem mais ordena" em apoio do pároco; entrevista a homem rodeado por manifestantes sobre os motivos da manifestação, o carácter exemplar do pároco no apoio às populações, a forte união entre o pároco, a população e as Forças Armadas e a separação das atividades política e religiosa praticada pelo pároco. 27m31: Entrevista ao Padre Sílvio do Amaral, pároco de Vila Nova de Paiva, sobre a acusação feita a certos sectores da Igreja Católica de estarem a tentar impedir a politização das populações, a separação da política e da religião, o risco de perseguições dos sacerdotes que defendem a justiça e os oprimidos, as distintas realidades políticas apresentadas em comícios locais dos partidos comunista e socialista, criticando o desfasamento dos políticos em relação ao povo, a coexistência entre ser cristão e comunista, manifestando-se contra a propaganda anticomunista e a necessidade de educar politicamente a população. 34m47: João Bénard da Costa resume o programa e explica o significado e o alcance das eleições; paisagens rurais várias; entrevista a idosa analfabeta sobre o hábito de ver televisão, o ter ido recensear-se e o desconhecer o significado da expressão "O voto é a arma do povo", do seu sentido de voto, a realidade partidária apesar de pretender ir votar; entrevista a jovem rapariga em que exprime a sua concordância com a expressão "O voto é a arma do povo", o ter ido recensear-se e o seu conhecimento dos partidos políticos, e apelo à distribuição igualitária da riqueza e ao voto intercalada com ceifeira nos campos.