Vicente da Câmara
Programa de cariz biográfico, apresentado por Maria João Gama, que dá a conhecer as carreiras profissionais de grandes vultos da rádio e da televisão. Vicente da Câmara recorda o ambiente que na sua juventude se vivia em casa, que não era propriamente de fado, apesar da sua tia ser a fadista Maria Teresa de Noronha. Em casa ouvia-se e cantava-se ópera. Ainda assim, ouvia os ensaios da tia antes das atuações na Emissora Nacional. Teve lições de canto com Carlos Jorge, em São Carlos, onde aprendeu a colocar a voz. A primeira guitarra foi-lhe oferecida por uma irmã do pai, tendo recebido outra como prenda de casamento, de João do Carmo, que está na posse do seu neto. A sua profissionalização faz-se na EN, para onde entra por concurso e onde passa a ser convidado, por Nobrega e Sousa, a participar em programas, pago a cachê. Trabalhou dois anos em África, quando voltou foi para a RARET, teve um antiquário com Francisco Cabral de Moncada e foi funcionário da CIDLA durante 19 anos. Por fim fica pelo antiquário. Participou em programas da RTP, em direto, dos quais conta algumas situações inusitadas. Gravou vários discos, com autonomia na escolha do repertório. Além do fado, também escreveu histórias para crianças. Confessa que fez o que quis, sem se sentir obrigado a nada. O fado foi sempre uma atividade paralela ao seu trabalho. A sua carreira artística é ilustrada com imagens de arquivo.