Vasco Gonçalves nas comemorações do 5 de Outubro no Porto
Porto, Brigadeiro Vasco Gonçalves, primeiro-ministro, é recebido de forma efusiva pela população, que o celebra e apoia o Movimento das Forças Armadas (MFA), e discursa no âmbito das comemorações do 64º aniversário da Implantação da República Portuguesa.
Resumo Analítico
Plano geral da população, na designada Praça Humberto Delgado, que grita "O povo está com o MFA" alternado com chegada do Brigadeiro Vasco Gonçalves ao Paços do Concelho. Vasco Gonçalves surge na varanda da Câmara Municipal, onde se destaca a presença de Virgínia de Moura do PCP, pede calma aos populares que gritam "MFA" e inicia o seu discurso, referindo "a primeira vitória contra o ataque da reação" desde a Revolução de 25 de Abril, a propósito dos acontecimentos relacionados com a Maioria Silenciosa em setembro, elogia o povo português e destaca a importância da unidade entre o povo e as Forças Armadas, sendo interrompido várias vezes pelo grito "Abaixo a reação". Apela ao povo que esteja atento aos demagogos e reacionários que usam valores como "a nossa bandeira, o nosso hino. Não se deixem arrastar", exalta a ordem e trabalho em detrimento da anarquia e do caos económico e refere o programo do MFA. Garante a institucionalização da democracia em Portugal e a elaboração de leis democráticas, refere a ajuda aos povos das antigas colónias ultramarinas portuguesas e defende a cooperação entre países sem exploração entre si. Faz apelo dirigido aos estudantes e à sua luta contra o fascismo e que, juntamente com os intelectuais, são essenciais na reconstrução de Portugal, refere a necessidade de recuperar "homens que cometeram erros", apela aos camponeses e à sua confiança no MFA e refere os problemas da agricultura. Vasco Gonçalves afirma que "Na nossa democracia cabem todos, todos os que não sejam fascistas nem reacionários", apela à união do povo, defende que a religião e a política devem estar separadas e "só a vigilância, vigilância que não quer dizer PIDE, é preciso distinguir a vigilância democrática da vigilância da PIDE" garante a consolidação da democracia em Portugal, saúda o General Francisco da Costa Gomes, presidente da República, as Forças Armadas e Portugal e canta o Hino Nacional, destacando-se António Macedo do PS a seu lado; populares gritam "MFA".