Os Tristes Anos: 1945-1960 – Parte II
Segunda parte do segundo programa da série dedicada à história da produção cinematográfica em Portugal, a partir do aparecimento do cinema sonoro. Este período é o mais crítico e talvez o menos interessante pela qualidade dos filmes produzidos, mas sem o qual dificilmente se poderá entender o que viria a ser o Cinema Português desde os anos 60, o chamado Cinema Novo e o que daí adveio. Após a chamada "Época de Ouro do Cinema Português", houve várias tentativas de uma produção continuada, mas tudo redundou em fracasso por se insistir em copiar os conteúdos dos modelos da época precedente até à estafa e esgotamento. Assim, nem os esforços para criar espaços com melhores meios técnicos, aparecendo mais estúdios, laboratórios e produtoras, nem os esforços criativos dos homens que haviam feito a glória da década anterior, como Leitão de Barros, António Lopes Ribeiro ou Brum do Canto, agora juntos a uma nova geração constituída em grande parte por antigos assistentes de realização, conseguiram que o Cinema Português se consolidasse, quer em termos de público, quer em termos artísticos e de qualidade, acabando mesmo por se chegar a 1955, sem qualquer estreia por nada se ter produzido. E a esse ano se chamou o Ano Zero do Cinema Português. Depois, embora lentamente, outros ventos sopraram. O aparecimento da RTP, o trabalho dos Cineclubes, as Bolsas do SNI e da Gulbenkian, a aposta numa gente nova que cortava radicalmente com os padrões vigentes, algo poderia mudar. Algo mudou.
Resumo Analítico
Depoimentos de Abel Escoto, Amália Rodrigues, Américo Patela, Artur Agostinho, Artur Ramos, Artur Semedo, Carmen Dolores, Fernando Garcia, Henrique Espírito Santo, Isabel de Castro, Madalena Sotto, Manuel Queiroz, Maria Eugénia, Raúl Solnado, João Soares Louro, Virgílio Teixeira, Victor Manuel.