Novo Cinema, Cinema Novo: 1960-1974 – Parte I
Primeira parte do terceiro programa da série dedicada à história da produção cinematográfica em Portugal, a partir do aparecimento do cinema sonoro. No início da década de 60 não é famoso o panorama do cinema que se produz em Portugal. A situação era de absoluta estagnação. Recorria-se a fórmulas estafadas e a inexistência de uma política oficial para o cinema não ajudava à introdução de cambiantes suscetíveis de exercer mudanças de fundo. Entretanto, paralelamente, surgira e desenvolvera-se nos anos que se seguiram à 2ª Guerra Mundial, o movimento dos cineclubes, de grande importância na criação de uma cultura cinéfila em Portugal. Em 1962, Cunha Telles, um dos arautos de uma nova atitude em relação ao cinema nacional, funda uma produtora. Nos anos seguintes, as produções Cunha Telles desempenharão um papel fundamental nessa "mudança de agulha" que irá provocar profundas alterações no universo do cinema português. Será ele que encontraremos por detrás dos três filmes normalmente considerados como "as fitas pioneiras" da nova escola: "Os Verdes Anos", "Belarmino" e "Domingo à Tarde", respetivamente realizados por Paulo Rocha, Fernando Lopes e António Macedo. A partir de 1970, a Fundação Calouste Gulbenkian decide-se por um apoio mais efetivo ao cinema, criando as condições que permitiram a formação do Centro Português de Cinema (CPC) Criada em 56, a Fundação Gulbenkian funcionava como um verdadeiro "Ministério da Cultura" e desde 61 que vinha alargando o âmbito dos seus apoios também ao meio cinematográfico. De 70 até ao 25 de Abril, será o CPC o responsável pela produção dos mais importantes filmes rodados em Portugal nesses anos. Àquele núcleo inicial de cineastas logo se juntaram Fonseca e Costa, Alfredo Tropa, António Pedro Vasconcelos e Seixas Santos. Se acrescentarmos ainda os nomes de António Reis, César Monteiro, Fernando Matos Silva e Rogério Ceitil, completamos a lista dos principais protagonistas do Cinema Novo, os quais olhavam o movimento em que se viam envolvidos como uma "pedrada no charco que molharia tudo e todos".
Resumo Analítico
Depoimentos de Fernando Lopes, Paulo Rocha, António Cunha Telles, António de Macedo, José Fonseca e Costa, António-Pedro Vasconcelos, Alberto Seixas Santos, Faria de Almeida, Alfredo Tropa.