Trabalho Infantil – Parte I
Primeira parte do programa de informação apresentado pelos jornalistas Miguel Sousa Tavares e Margarida Marante subordinado ao tema "trabalho infantil" e assenta na reportagem "clandestinos da vida" do jornalista Rui Araújo sobre a exploração do trabalho infantil com foco no distrito de Braga.
Resumo Analítico
Miguel Sousa Tavares introduz o programa; grafismo com moldura "À Margem" sobre a situação atual de Maria de Jesus que vivia num prédio em Vialonga, com os dois filhos, mas que foi expulsa pelos vizinhos por alegadamente ter tentado incendiar a casa onde viviam, declarações de vizinha em que explica as razões que levaram à expulsão, tenda e bens da família instalada em terreno na Póvoa de Santa Iria, depoimento de Maria de Jesus e de um dos filhos. 02h04m43: Miguel Sousa Tavares refere a decisão da Câmara Municipal de Castelo de Vide em proteger as tradições e o património arquitetónico da região; grafismo com moldura "À Margem" de vistas de Castelo de Vide destacando os edifícios e aspetos arquitetónicos da vila; Miguel Sousa Tavares entrevista em estúdio Carolino Tapadejo, presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide, sobre a decisão de proteger o património arquitetónico e paisagístico da região; Margarida Marante refere a exploração do trabalho infantil e introduz a reportagem sobre o tema. 02h12m12: Lápides e túmulo de Francisco José da Silva, criança de 13 anos que morreu devido a acidente de trabalho na Fábrica Reinaldo Mora; entrevista a Manuel Joaquim da Silva, pai de Francisco José, sobre o acidente que vitimou o filho, a frequência do filho na Escola Industrial, as razões que o levaram a colocar o filho a trabalhar nomeadamente "evitar que ele andasse aí na vadiace (...) e a fazer asneiras", os remorsos que não sente devido à morte do filho afirmando que "foi o destino absolutamente (...) não tenho culpa nenhuma" e o pagamento de multa por parte do patrão; documentos de identificação de Francisco José e fotografias de crianças em ambiente de trabalho. 02h15m33: Crianças esperam pela carrinha que os leva à fábrica onde trabalham; Paulo, criança de 10 anos, afirma que trabalha há cerca de dois meses e que realiza vários tipos de trabalho na fábrica de calçado da "Lirifel" em Lagares, no concelho de Felgueiras; crianças entram na camioneta conduzida pelo patrão que confirma que os vai levar para a fábrica e que não tem muitas crianças a trabalhar; Rui Araújo conversa com o pai do patrão que nega que existam crianças a trabalhar na fábrica, apoiado por grupo de jovens; criança assiste trabalhador. 02h17m38: Decreto-Lei nº 288/88 referente à aplicação de multas em situações de exploração do trabalho infantil; exterior de fábrica; relatório do gabinete da Inspeção Geral do Trabalho; exterior da fábrica de calçado da empresa "Regilde" e de igreja; carrinha da fábrica em movimento; Rui Araújo visita a casa onde vivem Paulo e o irmão e entrevista a mãe que nega que Paulo, de 10 anos, esteja a trabalhar na fábrica da "Lirifel" e que o irmão se tenha ferido durante o trabalho; rosto do irmão com ferimentos no rosto; pai das crianças evita conversar com Rui Araújo por motivos de trabalho; criança a trabalhar na construção civil. 02h21m07: Edifícios em construção; vista de povoação; relatórios do Tribunal Judicial da Comarca de Vila Verde alternado com exterior de fábrica de Balanças em Celeirós; crianças no pátio da escola; depoimento de Egídio Guimarães, professor da Escola Preparatória de Vizela, sobre a falta de alunos na região; Francisco, de 13 anos, caminha até casa, almoça e refere os trabalhos que faz na serralharia onde trabalha há cerca de um ano, o desinteresse pela escola e consequente abandono, o salário que o patrão lhe paga e horário de trabalho que pratica, as indicações que o patrão lhe dá para se esconder e/ou mentir caso se efetua inspeção na fábrica, e caminha até ao trabalho. 02h25m57: Entrevista a Eduardo Melo, vigário geral da Arquidiocese de Braga, sobre a forma como o povo encara o aproveitamento do trabalho infantil e o caráter educativo inerente ao trabalho efetuado pelas crianças; exterior de igreja e vista de povoação; documentação sobre o trabalho infantil; camião de transporte de madeiras entra nas instalações de serralharia em Moreiras; planos com voz off de entrevista ao patrão sobre a falta de trabalhadores que queiram trabalhar e a existência de trabalhadores menores, confirmando que Francisco trabalha na fábrica; habitante de Felgueiras (de cara tapada com grafismo) que proibiu a utilização das suas declarações e imagem na reportagem após denunciar a exploração de trabalho infantil existente na região. 02h29m31: Crianças no pátio da escola; depoimento de Vítor do Vale, da União dos Sindicatos de Braga, sobre a situação do trabalho infantil detetado no distrito de Braga; Jorge, criança (trolha), trabalha em muro e refere que o irmão de 13 anos também é trolha e que o pai tem trabalho; entrevista a Maria Rosa Gomes, mãe de António, sobre como foi abordada por miúdos para deixarem o filho trabalhar e a António, de 13 anos, em recorda o trabalho na serralharia, o salário que lhe era pago, o acidente de trabalho que fez com que ficasse sem braço e os efeitos que este acontecimento teve na sua vida. 02h34m00: Entrevista a Ana Borges, avó de António, sobre as crianças que trabalham e as melhores condições de trabalho atuais; exterior da fundição "FundiBraga" com sinais de abandono; oficina em Esporões destacando-se cartaz onde se aceitam aprendizes com 15 anos; Rui Araújo entrevista criança de 13 anos sobre o trabalho que faz na oficina, sendo interrompido pelo patrão que o chama, diz para o operação de imagem continuar a filmar e tenta falar com o patrão da criança que recusa e expulsa a equipa da propriedade.