Salazar no 40.º Aniversário do 28 de Maio de 1926
António de Oliveira Salazar, Presidente do Conselho de Ministros, profere discurso por ocasião das comemorações do 40.º aniversário do 28 de Maio de 1926, na Biblioteca Pública, em Braga.
Resumo Analítico
Início do discurso de António de Oliveira Salazar, onde faz referência aos condicionalismos da Revolução Nacional: a campanha internacional contra Portugal, o estado atual das finanças, as opções de política económica que tomou, defende o desenvolvimento concertado entre os vários sectores produtivos, defende também a ideia de criação de "Espaço Económico Intercontinental Português", recorda a crise que se vivia em 1928 e mostra-se preocupado com a crise de valores tradicionais que o mundo vive atualmente; após discursar Salazar é aplaudido e saudado pelos presentes. Excertos de afirmações, de António Salazar, que marcam o discurso: 50m06: "Poucos anos depois começámos a ser flagelados pelas ondas terroristas vindas de países vizinhos a invadir Angola, a Guiné e Moçambique". 53m22: "Ainda em 1928, ao tomar eu conta da pasta das finanças, se debatiam as duas teses a que entendia se devia começar pelo desenvolvimento económico para depois se atingir o equilíbrio financeiro, e a que defendia dever começar-se por este para sobre a estabilidade e solidez das finanças se lançarem os alicerces de maior enriquecimento nacional. Deu-se então prioridade às finanças". 55m57: "Um país que pela sua estabilidade financeira e monetária, pode organizar a vida sem recurso aos outros mercados, encontra fatalmente estes francos e abertos, quando chega o momento de dar maior impulso à economia e possibilitado pelos seus próprios recursos". 58m58: "Nós fomos de fato, um país essencialmente agrícola". 59m50: "Continuo a pensar que a agricultura nacional deve acima de tudo ser orientada no sentido de assegurar o sustento da nação, mas para isso não precisa de absorver toda a sua força de trabalho". 01h00m39: "É evidente que o primeiro destino de mais intensa capitalização devia ser a agricultura, não só para a conversão dos meios de trabalho, como para a irrigação dos campos sedentos e precisados de água". 01h01m19: "Mal podiam supor estarem hoje em face de realidades que só a nova estrutura financeira permitiu". 01h01m55: "Vemos a indústria portuguesa tomar atitude rasgada de progresso, instalar-se, modernizar-se, apetrechar-se, competir e ultrapassar já em valor a agricultura tanto na produção como nas exportações portuguesas". 01h03m50: "Teremos diante de nós mais do que aquilo com que os nossos avós sonharam, porque lançámos na verdade uma grande obra, esta ao nível da nação". 01h10m38: "E sendo assim, momento viria em que pela carência da autoridade do estado, até a nação seria abandonada ao seu próprio envelhecimento, se não entregue a fatores que trabalhariam na sua desintegração". 01h11m27: "Mas o que faria do 28 de Maio uma revolução e não simplesmente mais um movimento militar, era de um lado a alteração da essência da estrutura do estado, e do outro o propósito vir beber a inspiração da política que devia se fazer, não a ideologias ou interesses estrangeiros mas às fontes nacionais". 01h16m27: "O que é a verdade?". 01h:19m40: "um belo momento para pôr ponto nos 38 anos que levo feitos de amargurado governo". 01h20m35: "Só não me permito a mim próprio nem o gesto nem o propósito, porque no estado de desvairo de que se encontra o mundo".