Quem conta um conto… – Parte I

00:27:14

Primeira parte da entrevista moderada por Maria João Seixas a Isabel Cardigos, autora de tese sobre contos de fadas, e José Joaquim Dias Marques, especialista em romances, ambos professores na Universidade do Algarve e nesse âmbito criadores do Centro de Estudos Ataíde Oliveira, onde estudam o empobrecimento da tradição oral desde o século XV à atualidade, sobre o romance e os contos de fadas, a mudança de público-alvo e a dificuldade na recolha de contos e na recriação de novas versões pela falta de tempo e predisposição dos contadores.

  • Nome do Programa: Quem conta um conto...
  • Nome da série: Quem Fala Assim...
  • Locais: Portugal
  • Personalidades: Maria João Seixas, Isabel Cardigos, José Joaquim Dias Marques
  • Temas: Artes e Cultura, História
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Autoria e Apresentação: Maria João Seixas. Colaboração: Maria de Fátima Bonifácio. Produção: Rui Esteves, Maria de Fátima Cavaco e Paulo Cardoso. Realização: Fernanda Cabral.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Excerto do filme "As Mulherzinhas", realizado por Mervyn Le Roy em 1949. Isabel Cardigos explica que a literatura escrita trouxe a falta de tempo e vontade dos contadores de histórias para acrescentar pontos aos contos à exceção dos rumores, aponta as razões de escolha do tema de tese associado à recuperação da infância e afetos e escolhe a transformação como ponto comum aos contos, esclarece as diferenças entre a aventura do herói e a da heroína e a crítica feminista aos contos de fadas pela cultura machista associada. José Marques fala sobre o papel do herói masculino no romance e as origens deste género literário. Isabel Cardigos intervém, distinguindo os criadores de época que acrescentavam pontos dos contadores acuais, cuja tendência é a redução das histórias. José Marques refere a evolução do romanceiro inicialmente associado à corte e posteriormente tradicional como literatura oral e a recolha da tradição oral moderna, foca a alteração à estrutura do romance em Portugal, ao contrário do exemplo espanhol, aquando do aparecimento das cantigas narrativas e conta um episódio referente à versificação de histórias acuais do quotidiano em quadra que não compõem a tradição oral. Isabel Cardigos fala sobre a formação do centro de estudos, a dificuldade do trabalho de campo de recolha de histórias, acrescentamento de pontos aos contos de fadas pelo desejo de interpretação e descoberta, os tempos livres acuais, nomeadamente a televisão, como bloqueadores da memória e da criatividade, perda da avidez de narrar contos de fadas.

Termos e condições de utilização

Os conteúdos disponíveis estão protegidos por direitos de propriedade industrial e direitos de autor. É expressamente proibida a sua exploração, reprodução, distribuição, transformação, exibição pública, comunicação pública e quaisquer outras formas de exploração sem a autorização prévia da RTP. O acesso aos conteúdos tem como único propósito o visionamento privado e educacional sem fins comerciais. Para mais informações, entre em contato com o arquivo da RTP através do seguinte endereço de correio eletrónico: arquivo@rtp.pt .