Produzir, depois Morrer: Crónicas do Capital

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Documentário sobre as condições de trabalho precárias e de risco dos operários e ex-operários da empresa Secil, em Setúbal, a desvalorização do trabalho dos agricultores, por parte dos patrões, em Alberges de Alcácer do Sal, a reconversão da empresa, da fábrica e dos trabalhadores da empresa Movauto para um processo de autogestão, e as condições de vida dos idosos residentes do Asilo Paula Borba, em Setúbal.

  • Nome do Programa: Produzir, depois Morrer: Crónicas do Capital
  • Nome da série: Temas e Problemas
  • Locais: Setúbal
  • Temas: Política, Sociedade, Trabalho
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Produção: Cinequanone, Produções de Filmes Este documentário contou com a participação da Comissão de trabalhadores do Asilo Paula Borba, Setúbal, da Comissão de trabalhadores da Secil, Setúbal, da Comissão de trabalhadores da Movauto, Setúbal, e da Comissão dos trabalhadores agrícolas - Cooperativa Agrícola de Alberges - Alcácer do Sal.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Desenhos representativos de trabalhadores e autoridades; fotografia de trabalhadores à entrada de fábrica; título do documentário. Fotografias de trabalhadores (homens, mulheres e crianças); plano da cara de idoso; retrato de "D. Enriqueta da Conceição Caes, Bemfeitora deste Azilo"; planos das caras de idosos e planos ao nível das mãos; carta publicada em 1843 no Manchester Guardian, em Inglaterra, lida em voz off. Homens idosos vistos a partir de grades de muro do Asilo Paula Borba; homem caminha por pátio do asilo e cumprimenta dois homens sentados num banco; declarações de homens sobre quando começaram a trabalhar e as dificuldades pelas quais passaram durante a sua vida, com destaque para um que tem problemas de vista devido a um trabalho que executou. Exteriores da fábrica Secil alternado com chaminé a deitar fumo; declarações de operários sobre o tempo que trabalham na fábrica, as dores e doenças físicas que o trabalho lhes provocou e a "recompensa que me deram foi uma vassoura para andar aí a varrer" e o facto de a sua situação não ter melhorado "por motivos de doença, foram cortados ordenado, não recebiam aumentos e foram postos de parte como uma sucata ou um bocado de ferro velho". Operários trabalham no interior de forno; declarações em voz off sobre as condições de trabalho em que trabalhavam alguns homens que mediante uma recompensa entravam nos fornos com temperaturas elevadas e conta história verídica de um caso; tubagens da fábrica em funcionamento. Campo com fardos de palha alternado com mulheres a trabalhar no campo na construção de fardos de palha; homem caminha por campo; declarações de trabalhador sobre o facto de ter trabalhado para o "senhor Joaquim Branco Lúcio" ter prejudicado os seus estudos; exterior e jardim de vivenda. Declarações de homem sobre o tempo que trabalhou para a Casa Gil, ilustradas por desenhos representativos de manifestações de trabalhadores e autoridades montadas em cavalos. Vacas alimentam-se e caminham no pátio do estábulo, alternado com antigos trabalhadores, do "senhor Joaquim Branco Lúcio", a conversar sobre a desvalorização do seu trabalho, por parte dos patrões e contam histórias verídicas sobre trabalhadores e patrões do seu tempo. Campo de palha; trabalhadores em trator com caixa aberta; declarações de operários sobre os valores das reformas antes e depois da Revolução de 25 de abril de 1974 "antes do 25 de abril, vi muitos espelhos aí na minha frente, que era a velhice das pessoas que iam para reforma sem terem meios suficientes para se poderem governar durante o resto da existência. Morriam praticamente à míngua, enquanto o patrão cheio de dinheiro não tinha dificuldade nenhuma e dava sempre desprezo a quem lhe encheu as algibeiras, a quem trabalhou para eles uma vida inteira". Plano de copa de árvore de fruto; árvores e telhado de lar; homem idoso caminha com auxílio de bengala no pátio do lar; entrada do Lar Dr. Paula Borba ou Asilo Bocage; plano do nome do lar ?Dr. PAULA BORBA?; declarações de homem idoso, residente no asilo, sobre os filhos e as razões que o levaram a optar pelo asilo. Empregado do asilo, membro da Comissão de trabalhadores do Asilo Paula Borba, apresenta-se como sendo um dos mais antigos que ali trabalha e fala sobre a falta de assistência prestada aos idosos alternado com empregadas lavam lençóis e calças em tanque de lavar roupa; declarações de homem idoso, residente no asilo, sobre o tempo em que o asilo era gerido por freiras "elas eram consentidoras de alguns crimes praticados aqui dentro deste lar. Nunca fui tão bem tratado como tenho sido desde que as freiras se foram embora". Plano, ao nível das mãos, de homem idoso enquanto o próprio afirma que as "freiras davam comer podre à gente, mas se a gente não fosse à missa não deixavam sair à rua. Isso não é caridade, não é nada"; declarações de homem idoso, residente do asilo, sobre a sua entrada no asilo, enquanto as freiras o geriam e que as condições melhoraram após a saída das freiras "os velhinhos que cá estavam, se não fossem à missa eram castigados" alternado com retratos de "Henrique O´Neill de Great Pombs, Benfeitor do Asilo, de João Marques Cancio, e de José Candido Salvado Junior, benfeitor deste asilo". Declarações sobre a ocupação do asilo, na sequência da reação dos trabalhadores e dos residentes face às situações que nele ocorriam, o envolvimento das comissões de moradores nesta ocupação e a organização do ato "a revolução não se vai compadecer com isto. Isto não é solução para um caso de um homem que trabalhou durante uma vida inteira e no fim da sua vida colocam o homem aqui"; empregada do asilo dá de comer a idoso; idosos em quarto do asilo; peça, de pequena dimensão, da Nossa Senhora de Fátima; Plano de cara de idoso. Idoso, deitado na cama, executa atividade recreativa; idosos e homens durante a hora de refeição e em sala de estar com voz off sobre a transformação do trabalho na "primeira necessidade vital" enquanto alteração essencial para a emancipação dos trabalhadores. Idoso, residente do asilo, afirma "E tudo grita e clama: abaixo com o fascismo arriba a liberdade viva o socialismo e comunismo e triste daquele desgraçado que não se sabe defender da situação à classe que pertence, viva quem trabalha e abaixo quem não faz nada que não tem direito a comer" alternado com placa de homenagem às classes trabalhadoras de Setúbal. Na fábrica Movauto, trabalhadores lavam automóvel em fase de construção alternado com placa "Rectificações" em corredor de fábrica; trabalhador executa processo de encerar parte de um automóvel enquanto presta declarações sobre as condições de trabalho antes e depois do 25 de abril "nós antes do 25 de abril trabalhávamos incansavelmente manietados pelos chefes desta fábrica. Depois do 25 de abril já não sucede isso porque o operário mentalizou-se no sentido de não necessitar de chefes para trabalhar sem mando de ninguém", o nível de produção e a reconversão da fábrica, "nós necessitamos de quem nos ensine. Ensinar é uma coisa, reprimir é outra", com o trabalho direcionado a frigoríficos pois "estes são para trabalhadores e não para burgueses. Apenas que os automóveis só condizem à burguesia" alternado com automóveis estacionados no exterior da fábrica e declarações de trabalhadora, membro da Comissão de trabalhadores, sobre a reconversão da fábrica e dos próprios trabalhadores nomeadamente na sua formação e assimilação de conhecimentos e a falta de iniciativa da empresa na reconversão. Homem executa operação de multiplicação em quadro de giz enquanto outros estudam reunidos em mesa com voz off sobre a importância da escola de alfabetização direcionada para os trabalhadores da Movauto; declarações de trabalhadora sobre a ausência de atividade por parte da gerência da empresa pois "nós exercemos um rigoroso controlo operário em todos os setores da empresa"; automóveis estacionados no exterior da fábrica. Idoso, residente do asilo, afirma "E digo aos meus camaradas, sejamos firmes na luta para defender o operário, o trabalhador do campo que é o que mais sofre"; antigos trabalhadores, do "senhor Joaquim Branco Lúcio", conversam sobre o golpe de 1962 respeitante aos horários de trabalho praticados então, seguido da Revolução de 25 de abril de 1974 "foi uma coisa importante, que veio um bocadinho a favor do povo, mas não veio o suficiente" que fez com que alguns campos deixassem de ser semeados, e a sua disponibilidade em ajudar outros trabalhadores, alternado com gado no estábulo. Declarações de trabalhador, da Comissão dos trabalhadores agrícolas e Cooperativa Agrícola, sobre as lutas e o esforço exigido contra os patrões "Nós começamos aqui a lutar contra dois dos piores daqui, mas com muito custo e muitas lutas temos pessoas com muitas idades a trabalhar na nossa cooperativa, (...) eram esses que se fosse como no antigamente já os tinham posto a andar. Nós temos aqui lugar para toda a gente"; trabalhadores do campo junto a gado. Ramos de árvores; homens idosos sentados em bancos de jardim; declarações de homem idoso, residente de asilo, sobre como se sente "uma coisa abandonada, sem subsídio, sem reforma, sem nada", tendo em conta que trabalhou e passou por diversas dificuldades e não recebe qualquer compensação.

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