Primeiro discurso de Marcelo Caetano como Presidente do Conselho
Assembleia Nacional, discurso de Marcelo Caetano após ter tomado posse no cargo de presidente do Conselho, na sequência da exoneração de António de Oliveira Salazar, que por motivos de saúde se encontra internado no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa.
Resumo Analítico
Ministros, secretários e subsecretários de Estado conversam entre si aquando da entrada de Marcelo Caetano no Salão Nobre, seguido por Mário de Figueiredo, presidente da Assembleia Nacional, e Clotário Luís Supico Pinto, presidente da Câmara Corporativa; aplausos. Marcelo Caetano refere a sua nomeação para a presidência do conselho, a importância das funções do governo e destaca António de Oliveira Salazar, ex-presidente o Conselho de Ministros, enquanto "homem de génio, que durante 40 anos imprimiu à política portuguesa a marca poderosíssima da sua personalidade" (sendo interrompido por aplausos a celebrar a figura de Salazar), admite que hesitou a aceitar o cargo mas que a "vida tem de continuar", refere as razões que o fizeram aceitar o cargo nomeadamente a importância de defender a independência nacional e a integridade do território português e da necessidade de "não descurar a defesa das províncias ultramarinas (sendo interrompido por aplausos). Marcelo Caetano recorda a frase "Todos não somos demais para continuar Portugal" de Salazar (interrompido por aplausos), refere o apoio que espera do país e os seus principais objetivos para Portugal e para as províncias ultramarinas, afirma que "não quer ver os portugueses divididos entre si como inimigos", enfatiza a importância da recíproca troca de ideias porém "se essa tolerância se estender à difusão do comunismo estaremos cavando a sepultura da liberdade dos indivíduos e da própria nação" (interrompido por aplausos) e das responsabilidade do governo. Marcelo Caetano menciona a fé que deposita em Deus e no povo português e a importância da união do país, agradece os aplausos no final do discurso e cumprimenta os presentes.