Presidenciais 86: Debate Salgado Zenha vs Freitas do Amaral – Parte I
Primeira parte do debate moderado pela jornalista Margarida Marante entre Francisco Salgado Zenha, candidato independente, e Diogo Freitas do Amaral, candidato do CDS, às eleições presidenciais que se realizam a 26 de janeiro de 1986, os quais confrontam as suas diferenças em torno dos problemas nacionais, e do papel que o Presidente da República deve desempenhar nas áreas da sua competência.
Resumo Analítico
Jornalista Margarida Marante enuncia as biografias dos dois candidatos. 05m06: Freitas do Amaral afirma que se candidata para garantir a democracia e criar condições que permitam o desenvolvimento do país e a justiça social. 07m24: Salgado Zenha critica o calendário dos debates televisivos, o programa de Freitas do Amaral, considerando-o uma repetição do projeto de Soares Carneiro, candidato presidencial derrotado em 1980, e expressa que o Presidente da República deve promover o progresso sem ser agente de forças partidárias. 11m20: Diogo Freitas do Amaral salienta o negativismo da campanha de Salgado Zenha, a independência política da sua candidatura, a rejeição da acusação de que pretende perpetuar determinadas forças políticas no poder, a sua proposta de introduzir o referendo deliberativo e vinculativo da opinião popular na Constituição, e a necessidade de reestruturação do sistema político e económico para salvaguardar o regime democrático. 16m33: Salgado Zenha acusa Diogo Freitas do Amaral de querer entregar à mesma força política todos os centros de decisão, o qual responde que isso seria uma forma de fortalecer o Estado e de melhorar o funcionamento das instituições. 21m40: Francisco Salgado Zenha afirma que deve ser introduzido o referendo consultivo em vez do deliberativo que prejudica a descentralização e a democracia, acrescentando que a candidatura de Freitas do Amaral é contrária à alternância democrática, o que poderá agravar os conflitos sociais. 25m05: Freitas do Amaral refere a omissão de Salgado Zenha quanto à sua disposição para colaborar com qualquer força política, a eliminação de conflitos entre os órgãos de soberania com a homogeneização da orientação partidária do Governo e do Presidente da República, que deve ter um papel ativo na resolução de problemas concretos. 30m10: Salgado Zenha diz que a concentração de poderes vai agravar a corrupção, os compadrios e as desigualdades; Freitas do Amaral concorda com o combate à corrupção mas que a prioridade deve ser dada à melhoria das condições de vida da população. 36m15: Salgado Zenha defende que o Presidente da República tem de criar condições para garantir o funcionamento das medidas do Governo e que Freitas do Amaral tenta ser como Charles de Gaulle, ex-Presidente francês, ao pretender a concentração de poderes; Freitas do Amaral afirma que a sua posição não favorece a restrição de liberdades.