O Porquê duma Revolução II
Segunda parte do documentário em que elementos do Movimento das Forças Armadas apresentam e explicam as causas e motivações que conduziram ao derrube da ditadura e à Revolução do 25 de Abril.
Resumo Analítico
Capitão Pinto Geada, da 5ª Divisão do Estado-Maior General das Forças, explica que o programa foi dividido em duas partes devido à extensão e à complexidade do tema, de modo a permitir uma melhor compreensão dos factos, alertando que nunca é de mais esclarecer o que é o fascismo e as suas consequências em Portugal e no mundo, de modo a precavermo-nos dos seus efeitos. 04m10: Funeral de António de Oliveira Salazar, ex-Presidente do Conselho de Ministros, com a presença de Américo Tomás, Chefe de Estado, e de Marcelo Caetano, Presidente do Conselho de Ministros; em "Conversa em Família" Marcelo Caetano justifica a sua ausência da televisão explicando que teve ensejo de se dirigir ao país diversas vezes durante as visitas à Guiné, Angola, Moçambique e Porto; Aspirante Hélder Martins da Secção de Informação e Propaganda das Forças Armadas esclarece que a juventude não se deixou enganar pela ideologia de Marcelo Caetano; fotografia de legionários com Francisco Higino Craveiro Lopes, Comandante-Geral da Legião Portuguesa e Marcelo Caetano; fotografia de Oliveira Salazar; Marcelo Caetano em diversos momentos da vida política com António Gonçalves Rapazote (Ministro do Interior), Joaquim da Silva Cunha (Ministro do Ultramar), Baltazar Rebelo de Sousa (Ministro da Saúde e Assistência), César Moreira Baptista (Ministro do Interior). 07m27: Escassez de bens alimentares: donas de casa a comprar óleo e em fila no supermercado; carrinho e prateleiras de supermercado com poucos produtos; mulheres em fila para comprar produtos alimentares; alimentos armazenados; fruta e legumes em caixotes; homens a carregar caixas de fruta e legumes. 08m46: Marcelo Caetano e Baltazar Rebelo de Sousa; palhota a arder; soldado ferido deitado no chão; soldado em estrada de terra batida; soldados a serem transportados do avião para ambulâncias; soldado ferido no mato a ser colocado em maca; soldados a transportar ferido num lamaçal, num barco e num helicóptero; helicóptero a levantar e em voo. 12m19: Hélder Martins fala sobre a ausência de perspectiva do regime marcelista, do recurso à ambiguidade dos tecnocratas e da agitação a convidar à revolta imediata; operários da indústria vidreira. Depoimento de Herlânder Figueiredo Tavares, pedreiro, sobre a opressão e os presos políticos levados pela "viúva" (carro preto que levava os presos para Caxias), ilustrado com chaminés de fábricas; vista de bairro da lata: exteriores e interiores de barracas, idosa deitada, criança a dormir ao colo de rapariga, idoso a comer à porta, pessoas a caminhar na rua; movimento de pessoas em estação fluvial; reunião da Acção Nacional Popular (ANP); siglas do partido; fotografia de Marcelo Caetano; cartazes de propaganda da ANP, alguns dos quais com Marcelo Caetano, para as eleições legislativas; reunião sindical; golpe militar no Chile a 11 de Setembro de 1973 contra o Salvador Allende: multidão em estádio de futebol guardada pela polícia, morto a ser colocado e transportado em padiola, pessoas a circular na rua vigiadas por polícia armada, carro celular, cartaz de propaganda turística; Golpe dos Coronéis na Grécia a 21 de Abril de 1967: homens a ser conduzidos para carro celular, manifestação na rua, desfile militar. 19m11: Aspirante Jorge Lopes, da Secção de Informação e Propaganda das Forças Armadas, explica que é a juventude militar que se organiza e reflecte, sendo nela que reside a capacidade de libertação. Depoimento do Capitão Vasco Lourenço, Conselheiro de Estado, sobre a despolitização dos oficiais portugueses; o contacto com as populações nativas como factor de percepção da injustiça e imoralidade de uma guerra que não era desejada pelo povo português nem pelo povo colonizado; as consequências da guerra como reforço na tomada de consciência da injustiça da guerra; a miséria e o subdesenvolvimento do povo mantidos com forte repressão e a emigração como prova desta situação; o aparecimento de um grupo de jovens oficiais com consciência de que o regime fascistas teria de ser derrubado e o arranque de uma revolução sem distinção de armas ou classes. 22m23: Revolução do 25 de Abril: militares agachados na rua junto ao edifício da PIDE-DGS na Rua António Maria Cardoso e aglomerados no exterior do Quartel do Carmo; chaimites na rua e a sair do Quartel do Carmo; soldados de pé em cima dos tanques com as armas na mão; pessoas nas varandas a bater palmas; multidão na rua; chaimites passam por entre a multidão que festeja; multidão e soldados na Praça do Areeiro. 25m15: Depoimentos de Monteiro Ludovico (1º Sargento de Cavalaria) e de Celestino Monteiro (1º Sargento de Infantaria), do Centro de Instrução de Operações Especiais sobre as motivações que os levaram a aderir ao 25 de Abril; canhão de artilharia; depoimentos de Furtado Antunes e Rodrigues da Marinha de Guerra, sobre o local onde estavam quando se deu o 25 de Abril e a sua adesão à revolução; radar e cabine de comando de navio; aviões da Força Aérea na pista; depoimento de Manuel Algarvio, soldado da Polícia Aérea, sobre o local onde se encontrava no momento do 25 de Abril e o seu contentamento em participar na revolução que libertou o povo. 29m43: Jorge Lopes afirma que a melhor expressão de reconhecimento foi o apoio incondicional dado pelo povo na organização da nova vida e da nova sociedade, tornando o 25 de Abril num movimento das Forças Armadas e do Povo, que restituiu a dignidade e recuperou o sentimento de orgulho nacional. Depoimento do capitão Vilhena, interveniente na implantação da República e anti-fascista, sobre os conceitos de anti-fascista e fascismo; vista superior da Avenida Almirante Reis e Areeiro com multidão a festejar; manifestações de regozijo pela revolução e do 1º de Maio; varandas enfeitadas; mão dadas.