Namíbia II
Programa apresentado pelo jornalista José Mensurado, com a segunda duma série de três reportagens da autoria do jornalista Mário Crespo sobre a situação de conflito na Namíbia, destacando a zona de militares sul-africanos no conflito que opõe a África do Sul ao regime angolano, nomeadamente descendentes de portugueses que atuam no Exército sul-africano, e o Batalhão Búfalo, unidade sul-africana constituída por angolanos afetos ao FNLA refugiados em território namibiano desde 1976.
Resumo Analítico
Namíbia, Oshakati, posto fronteiriço; aquartelamento militar sul-africano daquela cidade; fotografias de destroços provocados por explosão de bomba em Fevereiro passado; tanques de guerra e crianças a caminho da escola em carro militar; loja de emigrante português; entrevista com militar sul-africano de origem portuguesa que se encontra colocado na área na especialidade de motorista de veículos do exército sul-africano; Mário Crespo com rádio sintonizado em rádio angolana; aquartelamento sul-africano à noite; abrigo militar anti bombardeamento; soldados sapadores do batalhão 25 descem de carro militar e procedem a desminagem de estrada; veículos militares especialmente projetados para resistir a explosões de minas, com forma em V que faz deflectir a explosão; granada de morteiro por deflagrar enterrada em estrada de areia; batedores do esquadrão percorrem estrada com equipamento de deteção; militar coloca mina TM 57, mina antitanque de fabrico soviético localizada durante operações de desminagem, junto a carcaça de carro abandonado e prepara-a para a fazer deflagrar; explosão da mina filmada de longe; cratera resultante; carrinha civil adaptada para circular em estrada minada; torre de observação na fronteira da Namíbia com Angola; entrevista com soldados sul-africanos de origem portuguesa que contam quanto tempo vão ficar na linha da frente; soldado ferido recebe assistência em helicóptero, evacuação do ferido do helicóptero para ambulância militar. 11m48: Feridos de guerra em camas do hospital de Ondangwa; guerrilheiro da SWAPO mutilado de guerra no hospital ajudado por militar sul-africano; carro de combate do batalhão Búfalo com soldados angolanos desta força, declarações dos soldados confirmando atuarem várias vezes em território angolano. 16m00: Base Omega, fotografia de Delville Linford, coronel paraquedista sul-africano que formou em 1975 o Batalhão 31 com Flechas angolanos (forças de operações especiais dependentes da PIDE criadas em Angola para atuar na Guerra do Ultramar); flechas veteranos; vivo de Mário Crespo que explica o significado de um monumento aos soldados mortos em combate na fronteira da Namíbia com Angola e lê nomes portugueses inscritos no monumento; aldeia; rapariga a moer cereais com pilão; fotografias, a preto e branco, da fuga dos portugueses de Angola para a Namíbia, em 1975 e livro de Jan Breytenbach, coronel paraquedista sul-africano sobre a invasão do Sul de Angola por tropas sul-africanas, nesse ano. 19m55: Messe de oficiais da África do Sul com bandeira do MPLA e outros troféus de guerra; vivo de Mário Crespo mostrando espingarda Madsen portuguesa capturada ao MPLA; João Apolinário, angolano, Tenente do exército sul-africano, conduz veículo militar e troca palavras em português com outro militar que encontra à beira da estrada com veículo avariado; Apolinário conta que o Batalhão 32 tem 2 mil soldados; acrescenta que fez a tropa no exército português e que chegou à Namíbia num barco português, vindo de Porto Alexandre, após se juntar à FNLA e ter de fugir de Angola em 1976. 25m17: Vila Breytenbach, João Apolinário mostra loja portuguesa onde se mantêm tradições vivas através de produtos gastronómicos como o azeite, chouriço e morcela; azeite e chouriço; fotografias da primeira escola da Vila; militar angolano do Batalhão 32 mostra a escola atual onde se ensina o português; professor ensina inglês aos alunos da escola; placas evocativas dos soldados mortos deste Batalhão; casa do Tenente Apolinário; afirma que, ocasionalmente, lutam em conjunto com a UNITA porque têm o mesmo objetivo, lutar contra o comunismo, mas não são amigos, uma vez que foram atacados (FNLA) pela UNITA no pós-independência; conta que nos primeiros tempos no Batalhão 32 não tinham salário, mas que hoje já são tropas regulares do exército da África do Sul; diz que o MPLA não tem infantaria suficiente para lhes fazer frente; garante que distribuem alimentos e medicamentos às populações do Sul de Angola; afirma que se sente português e que não tem documentos angolanos; militares do Batalhão Búfalo em combate. 33m55: Entrevista com Jamie Geldenhuys, Comandante em Chefe do Exército da África do Sul, que declara considerar os ex-combatente da FNLA, forças integrantes do exército do seu país; garante que trará esses militares consigo se retirar as suas tropas da Namíbia.