Mértola: a Herança Árabe
Documentário conduzido pelo historiador Fernando Rosas sobre Mértola, vila raiana do distrito de Beja, com a colaboração do arqueológo Cláudio Torres, com destaque para o Gharb Al-Andalus e a presença e influência islâmica na Península Ibérica.
Resumo Analítico
Vistas gerais e aéreas de Mértola com voz off a introduzir o tema do documentário. 03m36: Vista geral do rio Guadiana e de Mértola; Fernando Rosas refere o Al-Andalus enquanto faixa da Península Ibérica de influência mediterrânica e islamizada da península entre os séculos VIII e XV, o Gharb (ocidente e norte da península), população que habitava no Gharb, as tentativas de colonização e a islamização e arabização dos mouros através do comércio e circulação de pessoas, alternado com grafismo de mapa com a localização do Al-Andalus e do Gharb no século XVIII; rio Guadiana junto a muros de Mértola; vista geral do Castelo de Mértola. 05m38: Vistas gerais de Mértola e de ruas vazias durante o dia e ao entardecer alternado com Fernando Rosas que refere a diversidade dos grupos étnicos e profissionais nos centros urbanos do Gharb e do Al-Andalus que tinham em comum a língua árabe e o dialeto árabe enquanto a "língua do comércio e veículo de penetração do islamismo" e da cultura desde os séculos X e XI, alternado com ilustrações árabes do século XIII. 07m14: Fernando Rosas refere a vertente política do Gharb e respetiva autonomia e instituições políticas geridas pela elite local "muladis" (locais convertidos ao islamismo) e o desenvolvimento da revolta pela autonomia entre as pressões do norte e da reconquista cristã e do sul e das cidades centralizadoras entre os séculos VIII e XIII; Fernando Rosas caminha numa rua. 08m55: Vistas gerais e aéreas do rio Guadiana alternado com conversa entre Fernando Rosas e Cláudio Torres sobre a forma como Mértola alcançou o estatuto de "cidade mediterrânica capital de uma região economicamente importante" até à reconquista cristã no século XIII, os metais locais e a falta do estanho (metal), a receção dos metais e do ouro proveniente do norte, a mitologia do ouro e Mértola enquanto núcleo de comerciantes e mercadores, alternado com metais do século XII em exposição no Museu Islâmico de Mértola; objetos encontrados em escavações arqueológicas em Mértola. 12m04: Estelas com esculturas e textos em relevo; sepulturas cristãs e paleocristãs na Basílica Paleocristã de Mértola alternado com conversa entre Fernando Rosas e Cláudio Torres sobre os trabalhos da escavação arqueológica em que se descobriram esqueletos de uma "primeira geração de paleocristãos" sobreposta por uma necrópole de cemitério de muçulmanos e as diferenças entre os rituais funerários, alternado com fotografias, a preto e branco, de esqueletos e túmulos encontrados durante escavação arqueológica. 15m00: Vista geral e aérea de Mértola com destaque para o Castelo de Mértola do Século X; torres, muros e muralhas do castelo; gravura do General Târiq ibn Ziyâd da autoria de Theodor Hosemann, artista alemão; Capa de "La Crónica del rey don Rodrigo" de 1549 com voz off sobre os quatro períodos (propostos pelo historiador Santiago Macias), que constituem o período histórico-político do Gharb com destaque para o primeiro período da Batalha de Guadalete em 711; Fernando Rosas refere o segundo período que teve início na revolta conjunta de berberes e muladis, em Mérida, chefiada por Mahmûd ibn alJabbâr e Sulaymân ibn Martîn; paisagem em movimento de montanhas ao entardecer; Fernando Rosas caminha pelo castelo; vista da vila a partir de muralha. 17m05: Fernando Rosas refere o terceiro período com destaque para o Consulado de Almançor enquanto marco do apogeu do centralismo de Califado de Córdova e as campanhas de Almançor, a formação de taifas muçulmanas e respetivo declínio no século XII, a Batalha de Zalaca de 1086 entre os reinos cristãos da península Ibérica e os Almorávidas da Mauritânia e a passagem do centro de decisão de Andaluz para o norte de África, alternado com grafismo de mapa com a localização de Al-Andaluz e as formações de "taifas muçulmanas do século IX", reinos semi-independentes; recinto ao ar livro do núcleo islâmico de Córdova; Fernando Rosas caminha pelo recinto; vista geral do castelo. 18m25: Estátua equestre de Ibn Qasi, líder político sufista alternado com Fernando Rosas refere o quarto período e o seu final com a reconquista cristã do Algarve marcada pelo regresso do Emir Yusuf Almorávida à península, o declínio do domínio da linha do Tejo por parte dos almorávidas em meados do século XII, a segunda vaga de formação de taifas muçulmanas com destaque para a ação de Ibn Qasi e a Batalha de Navas de Tolosa 1212 enquanto representativas da reconquista cristã e fim do Gharb, alternado com grafismo de mapa com cronologia; placa dedicada a "Ibn Qasi Senhor de Mértola 1144-1147"; pintura "Batalha das Navas de Tolosa 1212" do século XIX da autoria de Francisco de Paula Van Halen y Gil, pintor espanhol. 19m50: Vistas gerais e aéreas do "Bairro Almóada do Século XII" em Alcáçova de Mértola; Cláudio Torres e Fernando Rosas caminham pelo bairro almóada enquanto o primeiro refere alguns aspetos da higiene e saneamento do bairro; conversa sobre os almoádas, seminómadas provenientes de Marrocos e a população que habitava o referido bairro e a casa mediterrânica, alternado com placar alusivo ao núcleo do bairro, habitações de pedra, vistas gerais do bairro; plano ao nível dos pés de Fernando Rosas e Cláudio Torres enquanto caminham pelo bairro. 23m10: Vista geral e aérea do Bairro Almóada do Século XII e da Antiga Mesquita do Século XII/Igreja Matriz de Mértola ou Igreja de Nossa Senhora da Anunciação; exteriores da igreja com caraterísticas da arquitetura religiosa islâmica; vista geral da cidade e da Igreja Matriz; plano de paisagem com cruz da igreja; entrada da igreja com escultura em relevo; cruz; entrada da mesquita; conversa de Fernando Rosas e Cláudio Torres sobre a vertente religiosa da região constituída por uma diversidade de experiências e culturas, com referência à Igreja Matriz de Mértola. 24m30: Fernando Rosas e Cláudio Torres entram na igreja; teto com arcos, colunas, interiores, altar e figura religiosa alternado com continuação da conversa sobre a igreja enquanto local sagrado, referência à sua ligação com o Mihrab ou Mirabe, local para onde o muçulmano olha em direção a Meca, o pedido por parte da população do retorno do Mirabe à igreja durante o século XVI e respetiva reconstrução do altar que permanece até à introdução da Inquisição imposta por Dom João III que tapou o mesmo até 1950. 27m39: Vistas gerais de Mértola e do rio Guadiana, alternado com Fernando Rosas que comenta a historiografia tradicional relativamente a Gharb Al-Andalus.