Maria José Nogueira Pinto
Entrevista conduzida por Dina Soares, jornalista da Rádio Renascença, e por José Manuel Fernandes, jornalista do jornal "Público", a Maria José Nogueira Pinto, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, sobre o seu relacionamento com o presidente da C.M.L., Carmona Rodrigues, que a acusa de deslealdade política, as críticas de Paula Teixeira da Cruz, presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, o plano de reabilitação da Baixa Pombalina, a Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Pombalina, a questão da alteração de trajetos de autocarros da Carris, à revelia da CML e análise ao espetro político em Portugal.
Resumo Analítico
Início da conversa com apresentação da entrevistada e das temáticas a debater; Comentário ao fim do acordo político celebrado entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Popular (PP) para a Câmara Municipal de Lisboa (CML); relacionamento da entrevistada com o Presidente da autarquia de Lisboa, Carmona Rodrigues; Explicação e análise dos factos que, no seu entender, provocaram a reacção do Presidente da CML contra a entrevistada, a este propósito esta afirma que: - "o professor Carmona por ser independente é que ganhou as eleições autárquicas de Lisboa (...) qualquer candidato do PSD teria perdido as eleições (...) ainda assim, fica sujeito a pressões partidárias que eu como candidata do PP nunca tive do meu partido (...) as pressões reflectem-se em tudo (...) o professor Carmona hoje não é livre de escolher quem ele quer para preencher os lugares nas empresas municipais ou nas sociedades municipais..."; Comentário às críticas da Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz e explicação da relação entre esta e a entrevistada; Explicação do plano de reabilitação da Baixa Pombalina e das divergências com o professor Carmona Rodrigues sobre esta matéria e as nomeações para os cargos de Direcção da sociedade municipal que vai gerir este projecto, a Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Pombalina (SRU) sobre a qual afirma: - "...eu sou vereadora até ao fim do mandato e enquanto vereadora só posso tutelar, não posso presidir a, absolutamente nada, isso seria uma confusão total..."; Comentário à problemática de alteração de trajectos de autocarros da Carris, à revelia da CML; Balanço do trabalho da entrevistada como vereadora na autarquia de Lisboa, mormente no urbanismo e na habitação social; ao comentar os seus planos para os bairros de habitação do Plano Especial de Realojamento (PER) diz: - "...fui despedida pelo senhor Presidente da Câmara e não tenho vergonha nenhuma de dizer (...) eu não tenho problema nenhum em ser despedida..."; Posição da entrevistada quanto à EPUL; alusão às suspeições que impendem sobre a gestão da autarquia de Lisboa; Ao comparar o Presidente da República, Cavaco Silva com o Primeiro-Ministro, José Sócrates, afirma que: - "...nunca disse que o professor Cavaco Silva era um homem de direita..."; Análise ao espectro político em Portugal, nomeadamente nas divisões ideológicas entre a esquerda e a direita políticas.