Início do programa com grafismo da data 1926 que corresponde à data de nascimento do pintor; o mesmo no atelier pinta em contra-luz o seu auto-retrato enumerando as suas características físicas que logo saltam à vista. Separador Declarações de António Lobo Antunes, Escritor, sobre o ser um artista, que considera ser um ladrão, sobre a forma de pintar de Júlio Pomar e sobre o processo criativo. Plano muito próximo da preparação de tinta vermelha, espátula esbate a tinta; vista do pintor de costas a recuar para apreciar a tela pintada, plano muito próximo dos seus pés. Sequência de várias fotografias de Júlio Pomar na sua juventude e dos correspondentes auto-retratos a lápis. Plano muito próximo de pingos de tinta vermelha a cairem e a espalharem-se. Grafismo com datas de acontecimentos mundiais e fotografias a preto e branco e quadros do pintor na data de 1942. Explicação biográfica da sua entrada na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e da sua primeira exposição na Rua das Flores, no seu próprio atelier, aos 16 anos. Declarações de José Augusto França, Crítico de Arte, e de Alexandre Melo, Crítico de Arte / Curador, sobre as perseguições de que foi alvo, por ser um opositor do regime, e de como era importante o contacto com artistas já conhecidos e consagrados. Plano muito próximo de mão na preparação de tintas; imagens em janela de tinta a escorrer em tela e de várias obras do pintor, enquanto se ouve o próprio em off a comentar a sua primeira exposição e a importância de Almada Negreiros e de Botelho na sua obra. Declarações de Alexandre Pomar, Organizador "Catálogo Raisonné", intercaladas com várias fotografias a preto e branco de Júlio Pomar a trabalhar no atelier, de Almada Negreiros jovem. Grafismo com tela de Júlio Pomar e legenda "Almada emprestou o quadro para uma exposição no Secretariado de Propaganda Nacional. O quadro desapareceu". Vista em movimento de fotografias de época de Pomar jovem rodeado de colegas. Plano muito próximo de pinceladas em tela. Declarações de Rui Mário Gonçalves, Crítico de Arte, e de Alexandre Pomar, sobre o movimento neorealista e sobre o quadro "O Gadanheiro", de Pomar, que serviu de manifesto a este movimento artístico. 08m24: Plano do quadro "O Gadanheiro", pormenores do mesmo. Declarações de Joana Vasconcelos, Escultora, sobre esta obra, e de José Sommer Ribeiro, Director da Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva. Mostra de página do jornal "Arte", coordenada por Júlio Pomar, e de texto de Mário Dionísio. Sequência de vários quadros da autoria de Pomar da década de 40/50; excerto de entrevista com o pintor. Declarações de Patrice Trigano, Galeria "Patrice Trigano" (com tradução em off), sobre a singularidade do neorealismo do pintor, novas declarações de Alexandre Pomar, e de Marcelin Pleynet, Escritor / Autor de ensaios sobre Pomar. Grafismo com datas e imagens em janela dos exteriores do Cinema Batalha, no Porto. Declarações de Álvaro Siza Vieira, Arquitecto, e de Fernando Lanhas, Arquitecto / Pintor, sobre o enorme fresco realizado neste cinema; exteriores e fachada destas instalações; vista do estudo para o fresco e várias fotografias do mesmo; imagens com grafismo do fresco que a PIDE mandou tapar, vista da parede no antes e depois. 12m36: Vista do quadro "O Almoço do Trolha", pormenores, Rui Mário Gonçalves comenta e explica esta obra conjuntamente com Manuel Brito, Fundador "Galeria 111", e Manuel Torres, Engenheiro / Co-fundador "Gravura". Excerto de entrevista de Júlio Pomar sobre o silêncio e declarações do mesmo sobre os tempos em que esteve preso; retratos a lápis de Mário Soares e de outros companheiros de prisão. Declarações de Vasco Graça Moura e de Mário Soares, Presidente Fundação Mário Soares, sobre a feitura do retrato do General Norton de Matos; vista deste retrato que levou à demissão de Júlio Pomar enquanto professor da Escola Afonso Domingues. Grafismo com quadros e legenda "Júlio Pomar é pai pela primeira vez e isso reflecte-se nas telas". Mostra das fotografias a preto e branco e dos quadros a que deram origem de trabalho manual de mulheres. 18m30: Júlio Pomar diz a sua célebre frase "Ver para Descrer". Grafismo com imagens em janela dos exteriores da "Gravura" e do seu quadro "Maria da Fonte". Plano muito próximo de interior de livro a ser desfolhado com esboços a lápis. Vista do quadro "Maria da Fonte"; pormenores. Declarações de Alexandre Pomar e de José-Augusto França, Crítico de Arte, sobre esta obra considerada a última do neorealismo de Pomar; novas declarações de José Sommer Ribeiro e de Júlio Pomar que afirma a sua não convivência e afastamento dos críticos de arte. Vista de quadros de Pomar; novas declarações de Patrice Trigano sobre a influência de Picasso e Matisse no novo período criativo de Pomar. Mostra de imagens em janela de vários trabalhos de Pomar sobre o D. Quixote de Cervantes; capas de livros do artista. Declarações de António Lobo Antunes e Pedro Tamen, Poeta / Tradutor das obras de Pomar, sobre a escrita de Júlio Pomar. Plano próximo de capa do livro "Da Cegueira dos Pintores", de Pomar. Declarações de Mário Cláudio, Escritor / Autor do Ensaio sobre Pomar. Grafismo com tábua cronológica e quadro sobre tauromaquia, de 1960. Declarações de Júlio Pomar, intercaladas com excerto de uma sua entrevista, sobre o tema das touradas que influenciaram a sua obra e das quais era adepto. Sequência de vários quadros da série "Tauromaquias" intercalada com imagens de tourada. Novas declarações de Rui Mário Gonçalves e Marcelin Pleynet, Comissário Exposição "Pomar Autobiografia", sobre o movimento na obra deste artista. Sequência de imagens sobrepostas e algumas em janela de Pomar a pintar, pormenores do seu atelier, mão cheia de tintas coloridas. Grafismo com tábua cronológica no ano de 1963. Sequência de imagens em fast motion sobre a cidade de Paris. 26m10: Novas declarações de Manuel Torres e do próprio Pomar sobre o seu atelier em Paris; imagem com grafismo de Pomar a pintar no atelier de Lisboa e no atelier de Paris. Mostra das Reservas C.A.M da Fundação Calouste Gulbenkian; mostra do quadro "D. Quixote e os Carneiros", de 1963, com explicações de Rui Mário Gonçalves que se encontra junto ao mesmo. Rápida sequência de pinturas do ciclo Tauromaquia e corridas de cavalos. Declarações de Júlio Pomar, Alexandre Pomar e Manuel Brito. Tábua cronológica com o ano de 1967; declarações do artista sobre esta época de descontentamento e das várias telas que destruiu; imagem em janela das Assamblages que construiu através da recolha de vários objectos em vários locais e que mudou a sua linguagem plástica. Declarações de Alexandre Melo, Crítico de Arte / Curador, sobre estas novas experiências pictóricas; mostra de várias telas sobre os acontecimentos do Maio de 68. Júlio Pomar comenta o desporto rugby, sequência rápida de várias pinturas sobre este tema. Grafismo com pintura sobre batalha de Paolo Uccello, séc. XV, e a versão de Júlio Pomar, anos 60. Sequência em flash de pinturas sobre o Maio de 68. Tábua cronológica com ano de 1968, que dá o início à série "O Banho Turco". Declarações de Rui Mário Gonçalves junto ao quadro; imagem com quadro de Ingres 1863 ladeado por quadro de Júlio Pomar de 1968 sobre o banho turco. Imagens em janela de Júlio Pomar a recortar tecidos; vista em movimento de vários quadros seus em exposição. Tábua cronológica com o ano de 1974. Declarações de Michel Waldberg, Escritor / Crítico de Arte, (tradução em off), de Mário Soares, de José Sommer Ribeiro e de Júlio Pomar sobre a relação do pintor com as mulheres; sequência de fotografias a preto e branco do pintor junto às suas companheiras. Declarações de Graça Lobo, Actriz, uma das suas companheiras, sobre a sua relação. Sequência de pinturas de Pomar retratando Graça Lobo; fotografias da sua actual mulher e série de pinturas retratando a própria; série de pinturas do seu ciclo erótico onde o tema central é o falo; Júlio Pomar conta episódio curioso sobre este tema. Tábua cronológica com o ano de 1979 que dá início à fase dos Tigres. Declarações de Rui Mário Gonçalves junto a quadro explicando-o e mostrando as colagens. Plano próximo da capa do livro "Rose et Bleu", de Jorge Luís Borges, que contem ilustrações de Pomar. Novas declarações de Michel Waldberg sobre a conotação erótica do tigre. Sequência em flash de quadros dos tigres; imagens em janela de quadros dos tigres e de Pomar na feitura dos mesmos utilizando as colagens e recortes. Tábua cronológica com o ano de 1982 que dá início ao ciclo "Corvos". 39m18: Declarações de Vasco Graça Moura, Poeta / Deputado Parlamento Europeu, sobre a influência da literatura de Fernando Pessoa e de Edgar Allen Poe no ciclo dos Corvos; sequência rápida de quadros desta série; retrato de Luís de Camões, de Pomar. Declarações de Júlio Pomar sobre o desaparecimento do seu quadro sobre Camões; o mesmo e António Lobo Antunes comentam a feitura do retrato deste último, mostra do quadro. Declarações de Marcelin Pleynet sobre a forte influência de Levi-Strauss na obra de Pomar; vista do Retrato de Claude Levi-Strauss, Antropólogo, pormenores do mesmo. Entrevista a populares sobre o Retrato de Mário Soares; declarações do próprio Mário Soares, de José-Augusto França e de José Sommer Ribeiro sobre esta obra; Júlio Pomar comenta as circunstâncias que rodearam a feitura deste trabalho. Sequência em flash dos retratos dos Presidentes da República constantes da Galeria dos Presidentes. Breves comentários de Siza Vieira, Joana Vasconcelos e Mário Cláudio sobre este retrato. 46m31: Excerto de imagens da inauguração do mesmo no Palácio de Belém onde se encontram Mário Soares, Júlio Pomar e Jorge Sampaio. Tábua cronológica com o ano de 1987 e 1988, fase onde o artista está no Brasil. Breves declarações de Mário Cláudio, Vasco Graça Moura e Júlio Pomar intercaladas com pinturas sobre os índios brasileiros; várias fotografias sobre os índios no seu meio ambiente. Júlio Pomar comenta a sua doença, cancro no cólon, e Alexandre Pomar, seu filho, fala sobre o trabalho de Pomar nesta fase. Mostra dos 3 quadros que retratam os banhos dos índios; pormenores dos mesmos. Declarações de Rui Mário Gonçalves e de Alexandre Melo sobre o humor na obra de Pomar; auto-retratos. Tábua cronológica com o ano de 1999 onde inicia um ciclo marcado pelas fábulas de Lewis Caroll. Mostra de vários quadros desta série onde os protagonistas são animais, porcos e macacos, que geram situações humorísticas; mostra de esculturas. 53m04: Vista do interior do atelier de Daniel Pinoy, em Paris, onde Júlio Pomar realiza montagem de esculturas em bronze; exterior do futuro atelier-museu e sede da Fundação Júlio Pomar com legenda. Imagens em janela de Pomar no interior da Fundação e de Siza Vieira a explicar a maquete da mesma; interior das instalações, plantas deste espaço. Novas declarações de Alexandre Melo, Joana Vasconcelos, José-Augusto França, Patrice Trigano, Mário Cláudio, Michel Waldberg, Rui Mário Gonçalves, António Lobo Antunes e do próprio Júlio Pomar sobre a carreira do artista. Sequência de imagens recentes de Júlio Pomar a pintar no seu atelier, a ser galardoado, das suas exposições, com amigos, dos livros que ilustrou, de quadros que retratam os seus vários ciclos e fotografias da sua infância, com o seu pai, com o seu tio, desenhos que realizou enquanto muito jovem.