Investigação Científica e Tecnológica em Portugal – Parte I
Primeira parte do debate moderado pelo jornalista Henrique Garcia sobre a situação atual da Investigação Científica e Tecnológica em Portugal, numa abordagem ao "Programa Ciência ao abrigo da Comunidade Económica Portuguesa (CEE)", com a presença em estúdio de Sucena Paiva, Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Jorge Dias de Deus, Professor Catedrático de Física no Instituto Superior Técnico, João Caraça, Diretor de Ciência na Fundação Calouste Gulbenkian, e António Xavier, Universidade Nova de Lisboa.
Resumo Analítico
Henrique Garcia apresenta o tema do programa; Sucena Paiva fala do Sistema Cientifico e Tecnológico português que é constituído pelas Universidades, Laboratórios do Estado, Instituições Privadas sem fins lucrativos e Empresas; diz que a comparticipação comunitária para o Programa Ciência é minoritária face aos apoios nacionais. 06m08: Jorge Dias de Deus acredita que o Programa Ciência pode ser um começo para o desenvolvimento da ciência em Portugal mas que ainda fica aquém de outros países europeus, dá outros exemplos de programas de apoio como o Programa Específico de Desenvolvimento da indústria Portuguesa (PEDIP), Programa Específico de Desenvolvimento para a Agricultura Portuguesa (PEDAP) e Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal (PRODEP); Sucena Paiva repete que o Programa Ciência se destina a fortalecer a Investigação Cientifica e Tecnológica em Portugal e nele estão incluídos equipamentos, edifícios e recursos humanos e explica os outros programas anteriormente referidos; desmente que o Governo não queira colocar os cientistas a render, que no Programa Ciência não se vai privilegiar a investigação fundamental, nem a aplicada, tentando o equilíbrio entre as duas vertentes e que percentualmente Portugal faz muita investigação fundamental em comparação ao plano internacional. 13m09: João Caraça diz que a vantagem do Programa Ciência é chamar a atenção das entidades e da comunidade científica para a área e enumera valores implicados nas ciências experimentais atuais e futuras; António Xavier afirma que não existe um clima favorável à investigação em Portugal e refere a dificuldade nas importações dos materiais de laboratório que são todos estrangeiros, as bibliotecas científicas que são um desastre e os laboratórios que estão mal equipados. 21m03: António Xavier afirma que apesar de tudo gosta de fazer investigação em Portugal e que sente nos alunos bastante apetência e motivação, o que considera preocupante e sublinha que não basta ter os edifícios, oficinas e técnicos a trabalhar é preciso mantê-los; Sucena Paiva fala do Orçamento de Ciência e Tecnologia. 30m20: Final da 1ª parte. 32m53: Início da 2ªparte; Sucena Paiva afirma que o investimento na investigação é o melhor que um país pode fazer, mas que é necessário que as empresas promovam elas próprias inovação investigação e investimento com o Estado a criar condições para que isso seja possível; Jorge Dias de Deus afirma que os portugueses têm sido demasiado passivos no que diz respeito ao desenvolvimento económico e que há que lutar pelo nosso lugar no Mundo; conta que os cientistas quebraram a barreira da ciência e da tecnologia com as empresas, e sublinha que não se pode ficar à espera do Estado para avançar e realizar ideias. 40m53: João Caraça comenta que a Comunidade Cientifica Portuguesa é uma elite com grau de internacionalização, os cientistas trabalham cá, mas estão em rede com o comando de empresas estrangeiras e diz que Portugal é o único país da CEE que não tem um grande grupo multinacional; António Xavier diz que o PEDAP está a fazer um esforço em termos de investigação. 47m29: Sucena Paiva comenta que temos uma Comunidade Cientifica e Tecnológica jovem, dinâmica, competente e respeitada internacionalmente com bons relacionamentos no estrangeiro e dá o exemplo das áreas da biotecnologia, informação, investigação tropical, ciências da saúde e as ligadas ao ambiente onde ressalva os ramos ligados ao mar e isso é bastante animador, explica que em Portugal se está a dar os primeiros passos em matéria de avaliação através do Conselho Superior de Ciência e Tecnologia, conta que desde que Portugal entrou para a CEE vários grupos de investigação participam em programas de apoio à ciência investigação e desenvolvimento experimental, e diz que as empresas vão ser alvo de avaliação para reconhecer a importância de participação aos programas de apoio da CEE. 59m30: Henrique Garcia termina o programa.