Discurso de Marcelo Caetano na ANP – Parte I

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Santarém, discurso de Marcelo Caetano, presidente do Conselho, no encerramento 1º Plenário da Ação Nacional Popular.

  • Nome do Programa: NOTICIÁRIO NACIONAL DE MAIO
  • Nome da série: NOTICIÁRIO NACIONAL DE 1972
  • Locais: Santarém
  • Personalidades: Marcelo Caetano, Rui Sanches, Rui Manuel d'Espinay Patrício, César Henrique Moreira Baptista, Joaquim Moreira da Silva Cunha
  • Temas: Política, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Convívio entre os participantes alternado com Rui Sanches, ministro das Obras Públicas e das Comunicações, e Rui Patrício, ministro dos Negócios Estrangeiros, entram na sala e sentam-se na plateia; vistas gerais da sala; plano em movimento de César Moreira Batista, secretário de Estado da Informação e Turismo, Joaquim da Silva Cunha, ministro do Ultramar, Rui Sanches e Rui Patrício; Marcelo Caetano entra na sala onde é recebido com aplausos. 07m36: Discurso de Marcelo Caetano onde saúda a presença de representantes das províncias ultramarinas no plenário e enfatiza a importância e o valor do Ultramar e o sacrifício económico e humano da manutenção dos territórios ultramarinos. 16m12: Referência às relações entre a ANP e a antiga União Nacional, o contexto político vivido durante as eleições legislativas de 1969 e afirma "não quero ver os portugueses divididos entre si como inimigos e gostaria que se fosse generalizando um espírito de convivência em que a recíproca tolerância das ideias desfizesse ódios e mal crenças mas todos sabemos pela dolorosa experiência alheia que se essa tolerância se estender ao comunismo estaremos cavando a sepultura da liberdade dos indivíduos na própria nação e que se vacilarmos correremos o risco de nos vermos cercados de ruínas". 22m12: Marcelo Caetano reitera que um "regime em que caibam todos os portugueses de boa vontade não pode ser confundido com ceticismo ideológico ou tibieza na decisão", recorda ideias que tem vindo a defender nos últimos anos e as eleições de deputados para a Assembleia Nacional, refere a colaboração entre o governo e a ANP e comenta a ação do governo. 35m54: Referência às campanhas revolucionárias e a proliferação de grupos anarquistas que persistem contra os valores defendidos pelo estado e à falta de preparação da sociedade portuguesa para lidar com esta situação, afirma que "enquanto o país quiser que me ocupe dos seus destinos, entendo que deseja liberdade sem anarquia, progresso sem desequilíbrio, justiça social sem revolução. Continuo a ter o desejo ardente de melhorar o nível cultural, educativo e económico do país e de criar condições propicias ao desenvolvimento harmónico na nação, continuo a acreditar em que será possível graças à aliança dos governantes com o povo vencer barreiras tradicionais de modo a levar a todos os recantos do país melhores oportunidades de vida e prosperidade, mas tudo isto deve ser feito segundo o nosso programa (...) para levar a cabo o nosso projeto de reforma social e não para facilitar os desígnios dos revolucionários" e define-se como "conservador" e que prefere sê-lo ao invés de "inconsciente" ou "ingénuo". 44m44: Marcelo Caetano pronuncia-se sobre a "moda de considerarem condenada a sociedade em que vivemos (...) atacam-se as estruturas, prega-se a inutilidade de todas as reformas que nela se introduzam, procura-se desacreditar todas as suas instituições e desautorizar quantos as servem ou representam", refere-se às ideias revolucionárias enquanto utopias e mitos e reflete sobre o conceito de poder e a sua relação com o bem e o mal. 50m55: Marcelo Caetano refere e exalta as caraterísticas e virtudes de Portugal e do povo português, comenta o facto de existirem "desertores" e afirma que a "Pátria impõe deveres a todos os seus filhos, mesmo não militares. Na hora que passa os deveres são mais do que nunca indeclináveis, os deveres para com Portugal são deveres sagrados porque cujo cumprimento os portugueses de hoje responderam perante as gerações vindouras, perante o tribunal austero e implacável do futuro." 55m06: Marcelo Caetano conversa com vários participantes, posa para fotografias e abandona a sala.

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