Programa de cariz biográfico, apresentado por Maria João Gama, que dá a conhecer as carreiras profissionais de grandes vultos da rádio e da televisão. Herman José recorda que já no jardim de infância a sua veia artística sobressaía, ao invés da sua falta de jeito para atividades desportivas. Na escola Alemã de Lisboa participava nas operetas e musicais da escola por ter uma excelente voz e um óptimo ouvido musical. A sua voz era tão boa que o quiseram levar para os pequenos cantores de Viena.Os pais aceitavam bem os dotes artísticos do filho, desde que aplicados de forma privada ou amadora. Quando anunciou que iria aceitar um convite de Pedro Osório para integrar o grupo musical de apoio à revista "Uma no Cravo, Outra na Ditadura", de Ary dos Santos, no Parque Mayer, foi o desastre. Negociou com os pais um período experimental de dois anos, que se mostrou suficiente para a aceitação das suas escolhas. Apesar de começar pela música, cedo se apercebeu de que esta não lhe garantia o futuro que desejava, pelo que envereda pelo teatro. Recorda com saudade Eugénio Salvador, enaltecendo as qualidades humana e artística do "compère", com quem aprendeu muito. Fala do "Sr. Feliz e Sr. Contente" como um êxito fulgurante e perigoso, pois passado um ano do seu fim já ninguém o conhecia, foi necessário um anúncio publicitário à "Água Castelo" para avivar a memória. Contudo o prestígio só chega por via do "Tony Silva", no Passeio dos Alegres. O excesso de protagonismo vem-lhe com o "Humor de Perdição", também na RTP. Sobre as questões da fama, aprendeu a lidar serenamente com os seus ciclos. Confessa ter alguma mágoa por não ter pertencido à geração de artistas portugueses dos anos 60, dada a qualidade dos mesmos e dos próprios apresentadores, cujo português era perfeito e medido no sentido das palavras. O seu brilhante percurso artístico é ilustrado com imagens de arquivo.