Herberto Helder: Meu Deus Faz Com Que Eu Seja Sempre um Poeta Obscuro
Documentário biográfico sobre a obra do poeta Herberto Helder com base em depoimentos de diversas personalidades, intercalados com a leitura de excertos de obras da sua autoria.
Resumo Analítico
Grafismos com frases de Nietzsche, “Deus morreu,” e de Deus, “Nietzsche morreu”; declarações de personalidades convidadas sobre a obra de Herberto Hélder e o seu lugar na literatura; grafismo com a frase “4 meses antes”; lista com os nomes das personalidades a convidar enquanto em off se ouvem os telefonemas em que declinam o convite restando no fim os intervenientes no programa; interior de sala com a produção do programa reunida a discutir detalhes enquanto estão a ser filmados por câmara de telemóvel; personalidades convidadas lêem excertos (intencionalmente sem som) de vários poemas do artista como do poema “Amor em Revista”, “Flash” e “Cobra” seguidos dos comentários dos próprios; imagem fixa a preto e branco de rosto masculino envolto num véu enquanto se declama em off um poema; 05m10: Sequência rápida de imagens de chegada a Britiande, rapaz de bicicleta na estrada, exteriores de prédios, rua , exterior de igreja, interior de biblioteca e declarações de Maria de Fátima Marinho, Professora Catedrática da Faculdade de Letras do Porto que empunha o livro”Herberto Hélder, a Obra e o Homem” comentando a falta de autorização do poeta para utilização da sua fotografia na capa: A minha força é a desordem, leitura em off de excerto do poema; declarações de Maria Estela Guedes, Escritora, sobre o nome do poeta, a sua identidade; plano próximo do seu registo de nascimento que comprova que o autor não usa pseudónimo; grafismo com excerto de poema que dá título ao programa; Declarações de Maria Estela Guedes, Vítor Silva Tavares, Editor de “O Corpo o Luxo a Obra”, e de Fernando Pinto do Amaral, Escritor e Professor Universitário, que comentam a previsível falta de colaboração do poeta neste documentário biográfico; Imagem com registo de ondas sonoras enquanto se ouvem excertos de telefonemas que afirmam a falta de vontade e a impossibilidade de conversa mediática com Herberto Hélder; declarações de Maria Estela Guedes, Maria de Fátima Marinho, Fernando Martinho, Professor da Faculdade de Letras de Lisboa, Artur Cruzeiro Seixas, Pintor Surrealista, Luiz Pacheco (sempre legendadas), Escritor e Editor da primeira obra de Herberto Hélder ( estas legendadas), sobre a influência do movimento do Surrealismo na sua obra; plano próximo de “O Amor em Visita”, o seu primeiro livro publicado em 1958; Luiz Pacheco fala das duas obras de Herberto que se comprometeu a editar, falhando uma delas, da caracterização das suas personagens, da linguagem utilizada, do bizarro das imagens criadas; 09m24: Sequência rápida de imagens do interior de elevador e do encaminhamento para apartamento e sala onde se encontra Artur Cruzeiro Seixas que comenta as influências surrealistas, de Maria de Fátima Marinho sobre a evolução da sua poética; imagens de encaminhamento para sala onde se encontra Fernando Pinto do Amaral que explica a criação do mundo poético do autor, comentam o equívoco em Herberto Hélder; imagens de interior de café onde filmam um homem de costas que fuma enquanto em off se ouve excerto de poema (simulação de entrevista); continuação de filmagem com câmara de telemóvel de reunião da produção do programa onde comentam que o poeta se recusou a participar; sobreposição de imagens de mãos dentro de boca de homem que grita, de céu em movimento para ilustração de poema em off; imagens de encaminhamento para apartamento onde se encontra Fernando Martinho que compara a poesia de Herberto H. a uma liturgia, de Maria de Fátima Marinho que refere a alquimia, ocultismo e esoterismo na sua obra a partir dos anos 70, de Luiz Pacheco, Ex-editor “Contraponto”, de Vítor Silva Tavares sobre a edição muito limitada da “O Corpo o Luxo a Obra”, que explica o propósito da edição ter sido muito limitada; plano próximo da capa desta obra literária; onda sonora com novo off de voz a declinar o convite para participar no programa; 18m01: Declarações de Fernando Martinho e Vítor Silva Tavares, sobre a mudança que Herberto trouxe à poesia portuguesa, a introdução da linguagem rítmica; sequência rápida de imagens (fast motion) de encaminhamento para a Faculdade de Letras de Lisboa e para escritório onde se encontra Paula Morão, Professora Universitária, que comenta a rítmica na poesia do poeta como o bater do coração; grafismo com declamação de poema em off; Sequência rápida de imagens de encaminhamento para sala e declarações de Rodrigo Leão, Músico e Compositor, sobre a musicalidade da obra de Herberto e de como esta lhe serve de inspiração para a composição musical; imagens com grafismo de encaminhamento para sala e declarações de Vítor Silva Tavares, Fernando Pinto do Amaral, sobre o estado de espírito com que começam a leitura da escrita de Herberto; grafismo com citação de Eduardo Prado Coelho; declarações de Fernando Martinho e de Diana Pimentel, Ensaísta, sobre a obra “Do Mundo”, capa da mesma, de “Poemas Ameríndios”, “Ouolof”, “Doze Nós Numa Corda”; imagens de animação computorizada de cemitério em noite de lua cheia com excerto de poema e o mesmo lido em off; 22m37: Declarações de João Vieira, Pintor, no seu atelier, que explica a razão pela qual está impossibilitado de participar no programa; novas intervenções de Luiz Pacheco, Vítor Silva Tavares, Diana Pimentel, Maria Estela Guedes, Maria de Fátima Martinho, sobre as palavras mais usadas pelo autor; grafismo com a declamação em off de excerto do poema “A Primeira Morte”, sobre a morte da mãe durante a infância do poeta; capa do livro “A Colher na Boca”; imagens de Rodrigo Leão com poemas de Herberto Hélder ao vivo no Frágil; declarações de Rodrigo Leão sobre o seu disco “Os Poetas” onde são utilizadas gravações de Herberto Hélder a declamar poemas da sua lavra; imagens com grafismo com off da voz do poeta a declamar excerto de poema de “A Colher na Boca”, de 1970; novas declarações de Maria de Fátima Martinho, Maria Estela Guedes, sobre a “distante” relação com o seu pai; imagens com grafismos de sangue na calçada enquanto se ouve em off excerto de poema; declarações de Fernando Martinho, Diana Pimentel, Fernando Pinto do Amaral, Vítor Silva Tavares, sobre a presença do feminino e do erotismo em Herberto H., ; imagens de vulto feminino envolto em lençol branco enquanto se declama em off excerto de poema; comentários de António Ramos Rosa, Poeta e Ensaísta, (legendadas), Luiz Pacheco, Maria Estela Guedes, Autora ensaio “Herberto Hélder Um Poeta Obscuro”, Maria de Fátima Marinho, Autora ensaio “Herberto Hélder a Obra e o Homem”, sobre a paixões e as mulheres; imagem computorizada de paisagem sombria com texto de poema sobreposto e declamação do mesmo em off; grafismo de onda sonora com vozes em off sobre recusa em participação no programa; 30m06: Capa dos livros “Os Passos em Volta” e “Photomaton & Vox”; série rápida de imagens de ruas e de prédio, de encaminhamento para sala onde se encontra Nuno Júdice, Escritor; declarações do próprio sobre a linguagem inovadora utilizada nos "Passos em Volta", de Diana Pimentel, Autora do Ensaio "Ver a Voz, Ler o Rosto - Uma Polaroide de Herberto Hélder", sobre o "Photomaton e Vox", Fernando Martinho, Maria de Fátima Martinho, Paula Morão, Vítor Silva Tavares, sobre a dimensão autobiográfica do livro "Apresentação do Rosto"; capa do livro; declarações de Luiz Pacheco sobre os altos preços de textos de Herberto; bloco de imagens de café com homem à mesa a entrevistar uma personagem masculina de costas que representa Herberto Hélder; declarações de Diana Pimental sobre a biografia do poeta, os seus estudos inacabados em Direito e Filologia Românica em Coimbra; imagens com grafismo e declamação de textos em off ,sobre as viagens de Herberto, intercalam comentários de Maria de Fátima Martinho, Vítor Silva Tavares, Fernando Pinto do Amaral, Maria Estela Guedes, sobre as vivências em vários países europeus entre 1958 e 1960 e as várias actividades de que se socorreu; imagens em movimento de passos na calçada do joellho para baixo com texto em off; declarações de Fernando Martinho, Diana Pimentel e Maria de Fátima Martinho ; sequência muito rápida de fotografias de mulheres nuas em poses eróticas para ilustração da fome e prostituição e do seu gosto pela cultura marginal; grafimo com olho humano com movimentos oculares rápidos e texto em off; 39m16: Imagens rápidas de exteriores e interiores de edifício da Real República Palácio da Loucura, em Coimbra, onde Herberto viveu nos tempos de estudante; destaque para poema "História", da sua autoria, escrito na parede do quarto; interior de casa de banho pública com as paresdes e sanita totalmente escritas; novas declarações de Maria de Fátima Martinho, Maria Estela Guedes, Diana Pimentel sobre a verdade biográfica dos textos, o acidente em Luanda, imagem com homem de livro colado à cara enquanto na rua deambulam pessoas; Vítor Silva Tavares, Luiz Pacheco, António Ramos Rosa e Maria Estela Guedes falam sobre a sua aparência, sentido de humor e consultas psiquiátricas; imagens de parte de rosto humano na penumbra com leitura de texto em off; Vítor Silva Tavares mostra livro impresso com emendas do autor e comenta o facto de ele fazer isso várias vezes e de maneiras diferentes; plano da capa do livro "Poesia Toda" e "Ou o Poema Contínuo" e declarações de Diana Pimentel e Paula Morão; novo excerto de pseudo-entrevista ao poeta; declarações de Maria Estela Guedes e Vítor Silva Tavares sobre a dificuldade da poesia de Herberto e daí a obscuridade referida; de Luiz Pacheco, Paula Morão, Fernando Pinto do Amaral, Maria de Fátima Martinho, Diana Pimentel sobre a recusa em dar entrevista e de aparecer no social; 51m24: Excerto de imagens de curta metragem de 1969 onde participou Herberto Hélder; comentários de Fernando Pinto do Amaral e Artur Cruzeiro Seixas sobre a solidão e apagamento social; imagens de telemóvel a gravar reunião da produção do programa; declarações de Maria de Fátima Martinho, Luiz Pacheco, Fernando Martinho, Vítor Silva Tavares, Paula Morão, Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral sobre a recusa do Prémio Pessoa em 1994 e do Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários de 1988, e sobre a proposta ao Prémio Nobel da Literatura pelo Pen Clube Português em 2007; novo excerto da reunião da produção; grafismos com citações do poeta.