Na sua cadeira de baloiço, na varanda da casa, Helena espera pelo seu neto Jaime numa fria véspera de Natal. As crianças da família brincam, correndo dentro e fora da casa. Apesar do frio e da preocupação dos familiares, que receiam que ela apanhe um resfriado ali fora, Helena mantêm-se obstinadamente à espera do seu neto. A sua mente divaga para o passado, quando, então jovem, esperava pelo marido naquela mesma varanda. A presença de seu filho Roberto acorda-a do seu sonho, e trá-la de volta à sua obstinada espera. Finalmente, a figura de Jaime surge ao fundo do caminho, a pé, tal como o seu avô noutros tempos, e não no seu dispendioso carro como seria de esperar. Um pneu furado e um sobresselente sem ar tinham imobilizado a sua máquina tão querida. Mal humorado, e sem ligar à avó, parte na carrinha do pai para ir desempenar o seu precioso carro. Na varanda, com um triste sorriso de desapontamento, Helena continua na sua cadeira de baloiço à espera do seu neto.